domingo, 5 de junho de 2016

WWII (Parte 9) - A guerra declarada

Inglaterra e França entram na guerra

Na manhã do dia 3 de setembro de 1939, quando as forças polonesas lutavam desesperadamente contra a Wehrmacht, o embaixador britânico em Berlim, Sir Nerville Henderson, entrou no escritório de von Ribbentrop, ministro das relações exteriores do Reich.
Na ausência deste, o diplomata foi recebido pelo Doutor Paul Schmidt, intérprete pessoal de Hitler. Henderson saudou-o friamente e, sem maiores formalidades, leu, com voz grave e Solene, a nota do seu governo, que era um ultimato final: Chamberlain comunicado a Hitler que, a partir das 3:00 horas da tarde desse dia, a Grã-Bretanha entraria em guerra com a Alemanha, se a Wehrmacht não cessasse imediatamente o seu ataque a Polônia e evacua-se os territórios conquistados.

Neville Chamberlain, Paul Schmidt e Adolf Hitler

Declaração de Chamberlain

Londres, 1º de setembro de 1939

Em sensacional declaração na Câmara dos comuns, o primeiro ministro Chamberlain, expôs com toda firmeza a posição da Inglaterra ante o fato consumado do ataque alemão a Polônia e expressou que á Grã-Bretanha cumpriria os seus compromissos para com esse país ao pé da letra. Disse Chamberlain:

“Não tenho o propósito de entregar muitas palavras esta noite. Chegou a hora da ação (aplausos), em vez de limitarmo-nos a falar.
Não deixamos passar por alto nenhum meio de fazer ver ao governo alemão, tão claro como a água, que se insistisse em entregar de novo a força como o fez anteriormente, oporíamos pela força, segundo havíamos resolvido.
Agora, que todos os documentos mais importantes que fizeram públicos, apresentaremos perante a história sabendo que a responsabilidade desta terrível catástrofe recai sobre os ombros de um só homem (grandes aplausos).
Não temos nenhuma queixa contra o povo alemão (aplausos), exceto que permite ser dirigido por um governo nazista. Enquanto existir esse governo e utilizar os métodos que se vanglória nos últimos anos, não haverá paz na Europa (aclamações).
Estamos resolvidos a pôr fim a esses métodos e se na luta pudermos restabelecer no mundo as normas de boa-fé e da renúncia a força, os sacrifícios que estão chamados a realizar encontraram a sua melhor justificativa”.

Terminada a leitura, Henderson entregou uma cópia do documento Schmidt e retirou-se. Sem perder um instante, Schmidt dirigiu-se a chancelaria do Reich e entrou no escritório de Hitler. Este achava-se sentado frente uma grande janela, acompanhado por Ribbentrop. Schmidt traduziu apressadamente a nota britânica. Ao terminar, a sala ficou em absoluto silêncio Hitler, finalmente, pós-se de pé e perguntou a Ribbentrop com voz ameaçadora:

- E agora, que mais?

O Submisso Ministro respondeu: Suponho que os franceses entregaram um ultimato semelhante, dentro de uma hora.
Pouco depois do meio-dia, o embaixador francês Robert Coulondre entregou a Ribbentrop ultimato do seu governo. Assim, 21 anos depois do término da primeira guerra mundial, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha lançavam-se novamente a luta. A Europa e o mundo não tardariam em se ver envolvida no conflito.

     
  Sir Neville Henderson e Joachim von Ribbentrop

Declaração de Hitler

Berlim, 1º de setembro de 1939

Hitler pronunciou o seguinte discurso no Reichstag, em sessão extraordinária, convocada pelo Marechal Goëring:
“Membros do Reichstag Alemão: durante meses temos sofrido a tortura que o Tratado de Versalhes, para melhor dizer o ditado de Versalhes, nos deixou. Problema que, como a sua evolução, tornou-se insuportável para nós.
Pelo que diz respeito aos nossos objetivos, primeiramente, estou resolvido a solucionar o problema de Dantzig; em segundo lugar, o problema do "corredor"; em terceiro, conseguir que mudem as relações germano-polonesa de tal forma que torna impossível a convivência pacífica. Por isso, estou resolvido a lutar até que o governo polonês se mostre disposto a facilitar esse estado de coisas ou até que outro governo polonês se mostre disposto a isto.
 Portanto, vestir novamente o uniforme que em outra ocasião foi para mim o mais sagrado e querido. Só o despirei depois da vitória, ou nunca chegarei ao fim.
 Portanto, quero assegurar ao mundo inteiro que novembro de 1918 não voltará a se repetir na história alemã.
… e quero terminar com a declaração que fiz uma vez, quando comecei a lutar pelo poder. Disse então que quando a nossa vontade fosse tão forte que nem uma calamidade amedrontasse, nossa vontade e nosso aço poderiam impor-se a qualquer situação de constrangimento.
No caso de me ocorrer algo durante a luta, meu sucessor será o camarada do partido, Marechal Goëring; seu sucessor será Rudolf Hess. Eles prometeram a mesma lealdade cega e a mesma obediência que me prometeram. No caso de suceder algo a Hess farei que o Senado, por meio de uma lei, eleja seu sucessor entre os mais bravos. ”

Joseph Goebbels, Hermann Göring e Rudolf Hess

O início da expansão soviética

No dia 27 de setembro de 1939, Varsóvia se entrega aos alemães, depois de ser bombardeada implacavelmente pela Luftwaffe. A campanha da Polônia chega assim ao fim. Na tarde deste dia, aterrissa no aeroporto de Moscou um gigantesco quadrimotor condor. Ao abrir a porta do aparelho aparece, sorridente, o ministro das relações exteriores do Reich, Joachim von Ribbentrop. Um grupo de funcionários soviéticos apresenta a cordial boa vinda. Imediatamente, o ministro sobe no automóvel e parti a toda velocidade até o Kremlin, onde o aguarda Stalin e Molotov, para concluírem as negociações de partição da Polônia.

Complexo fortificado do Kremlin em Moscou


A conferência no Kremlin se prolonga até altas horas da noite. Ao finalizar a reunião, Ribbentrop se dirige a embaixada alemã e envia um telegrama a Hitler, comunicando-lhe as pretensões soviéticas. Stálin está decidido a apoderar-se das nações bálticas, Estônia, Letônia e Lituânia, a fim de criar um cordão defensivo em torno das Fronteiras ocidentais da URSS. Em contrapartida, oferece a Alemanha parte dos territórios que lhe couberam com a repartição da Polônia, em troca da Lituânia. Estônia já cedera, sob ameaça de invasão, à  entregar a Rússia bases aéreas e militares.
Em 28 de Setembro Hitler respondia Ribbentrop, comunicando-lhe que aceita a troca proposta por Stalin e, além disso, faz saber o ministro que já ordenará a evacuação dos alemães residentes na Estônia, Letônia e Lituânia, dessa maneira, dá caminho livre a expansão russa sobre as costas do mar Báltico.
Uma vez obtida a aprovação de Hitler as exigências soviéticas, Ribbentrop concluir rapidamente as negociações na madrugada de 29 de setembro e firma com Molotov um tratado de amizade e limites. Uma cláusula secreta determina a definitiva supressão da Polônia e das nações bálticas como estados Independentes.

Chega agora a vez da Finlândia. Stalin, valendo-se do apoio alemão, resolve exigir-lhe também a entrega de bases e territórios.

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

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