O plano Wilfred
Enquanto Hitler ultimava os planos da
invasão da Noruega, os aliados por seu lado, resolviam intervir na península
escandinava, a fim de interromper os envios de ferro sueco para a Alemanha,
através do porto norueguês de Narvik.
Paul Reynaud, que em 20 de março havia
substituído Daladier, à frente do governo francês, converteu-se no principal
promotor da operação. Em 27 de março, viajou para Londres e no outro dia
conseguiu, na conferência que manteve com os chefes políticos e militares
inglêses, convencer Chamberlain da necessidade vital de minar às águas
costeiras norueguesas. Nessa reunião, ficou decidido levar em prática o plano
de Churchill de lançar minas fluviais no Reno, a fim de interromper a navegação
daquele rio. A operação contra a Noruega, batizada com o nome chave de Wilfred,
sofreria, porém, um novo adiamento.
Paul Reynaud |
Ao regressar a Paris, Reynaud submeteu
imediatamente a consideração do gabinete o resultado da conferência de 28 de
março. A maioria dos ministros e o presidente da república, Albert Lebrun, se
opuseram terminantemente ao projeto britânico de lançar minas no Reno, pois
temiam que os alemães como represália, desencadeassem a guerra aérea contra o
território francês. Reynaud, desalentado, comunicou logo a negativa do seu governo
a Chamberlain. Este, enfurecido, retirou então o apoio à operação Wilfred.
Para solucionar o conflito, Winston Churchill
viajou para Paris, em 4 de abril. Após discutir o assunto com Reynaud e
Daladier, decidiu abandonar o projeto do Reno e levar adiante a operação contra
a Noruega. Sem mais demora telefonou a Chamberlain, a quem conseguiu convencer,
a poder de enérgicos argumentos. Resolveu-se, em consequência, levar a prática
a operação Wilfred, na madrugada do dia 8 de abril.
Os chefes militares aliados, entretanto,
haviam concordado em armar uma força expedicionária, a fim de ocupar os portos
de Narvik, Stavanger e Trondheim, se os alemães, como se previa, desembarcassem
no sul da Noruega. Posteriormente, essas tropas cruzariam a fronteira sueca e
se apoderariam das jazidas de ferro daquele pais.
Enquanto os aliados se preparavam para a
operação Wilfred, navios alemães, carregados de soldados, já navegavam a toda
maquina, rumo a costa escandinava.
A invasão
Para a conquista da Noruega, a Kriegsmarine
organizou uma força de ataque integrada pela quase totalidade de seus navios.
Dita esquadra, comandada pelo vice-almirante Gunther Lutjens, dividiu seus
efetivos em cinco esquadras, cada uma das quais transportando as unidades de
assalto do exército, destinadas a ocupar os portos de Narvik, Trondheim,
Bergen, Kristiansand e Oslo. A conquista do porto de Stavanger e do próximo
Aeroporto de Sola, o mais importante do Noruega, seria realizado por
paraquedistas e tropas aerotransportadas.
Mapa da Noruega em 1940, mostrando as posições que os alemães iriam ocupar |
Uma esquadra de proteção, integrada
pelos encouraçados “Gneiseneau" e “Scharnhorst" este último barco com
insígnia do vice-almirante Lutjens, escoltaria os grupos encarregados da
ocupação de Narvik e Trondheim. A fim de assegurar o abastecimento das tropas
que seriam desembarcados nesses portos distantes, foram enviadas para ali,
antecipadamente, 7 cargueiros e 3 petroleiros. Outra frota, integrada por 15
grandes barcos mercantes, teria a seu cargo o transporte do grosso do exército
de von Falkenhorst, integrado por mais de 50 mil soldados, aos portos do Sul,
Bergen e Oslo, logo que eles fossem conquistados pelas tropas de assalto.
Mediante a ocupação dos aeródromos da
Dinamarca, a Luftwaffe estaria em condições de estender o raio de ações de seus
bombardeiros caças, o que asseguraria a total supremacia aérea alemã sobre o
sul e o centro da Noruega.
O temerário plano de invasão baseava-se
fundamentalmente na surpresa e na rapidez com que haveriam de ser realizadas as
primeiras ocupações. Só 9 mil soldados, providos exclusivamente de armas
portáteis, compunham a força de assalto encarregada de levar à prática o ataque
inicial. Em 8 de Abril de 1940, às 5:00 da manhã, os aliados puseram em marcha
a operação e Wilfred. A essa hora, os embaixadores da Grã-bretanha e da França
foram recebidos pelo surpreendido ministro das relações exteriores norueguês,
Halvlan Koht, ao qual anunciaram que nesse preciso instante uma esquadra de
destroiers britânicos haviam começado a minar a entrada do porto de Narvik. A
rota do ferro estava cortada.
Destróieres britânicos minando as águas norueguesas |
Enquanto os ingleses terminavam a
colocação do campo de minas nos fiordes, a frota alemã do Almirante Lutjens se
aproximava a toda máquina de Narvik.
Na manhã do dia anterior, 7 de Abril,
aviões de patrulha da RAF haviam avistado a vanguarda da esquadra alemã,
navegando velozmente para a costa da Noruega. Sem demora, uma esquadrilha de
bombardeiros Wellington partiu para interceptar e, ás 13:25, avistou os barcos
alemães e se lançou ao ataque. Dois aviões foram derrubados pelo fogo antiaéreo
e os restantes voltaram as suas bases, depois de procurar infrutiferamente os
navios de Lutjens que, protegidos pelo mau tempo, lograram escapulir-se para o
Norte.
Bombardeios britânicos Vickers Wellington |
As 07:00 da noite, depois de receber a
notícia do ataque dos Wellington, o almirante Forbes, chefe da frota
metropolitana britânica, ordenou a seus barcos que saíssem no encalço da
esquadra alemã. Os grandes couraçados "Rodney”, "repulse" e
"Valiant" abandonaram o ancoradouro de Scapa Flow e dirigiram-se para
a costa escandinava. No dia seguinte foi ordenado aos cruzador
"Glasgow" e “Devonshire" que se unissem a frota do almirante
Forbes. Rapidamente, foram desembarcados desses barcos os soldados britânicos
que deveriam partir naquela manhã para ocupar o porto de Stavanger e a base
aérea de Sola. Essa medida apressada teve funestas consequências, pois,
permitiu os paraquedistas alemães apropriar-se do vital aeródromo, sem
encontrar resistência.
Paraquedistas alemães |
Referências
bibliográficas:
Texto
integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright
1965/66.
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