quinta-feira, 14 de julho de 2016

WWII (Parte 17) - A invasão e o plano Wilfred

O plano Wilfred

Enquanto Hitler ultimava os planos da invasão da Noruega, os aliados por seu lado, resolviam intervir na península escandinava, a fim de interromper os envios de ferro sueco para a Alemanha, através do porto norueguês de Narvik.
Paul Reynaud, que em 20 de março havia substituído Daladier, à frente do governo francês, converteu-se no principal promotor da operação. Em 27 de março, viajou para Londres e no outro dia conseguiu, na conferência que manteve com os chefes políticos e militares inglêses, convencer Chamberlain da necessidade vital de minar às águas costeiras norueguesas. Nessa reunião, ficou decidido levar em prática o plano de Churchill de lançar minas fluviais no Reno, a fim de interromper a navegação daquele rio. A operação contra a Noruega, batizada com o nome chave de Wilfred, sofreria, porém, um novo adiamento.

Paul Reynaud

Ao regressar a Paris, Reynaud submeteu imediatamente a consideração do gabinete o resultado da conferência de 28 de março. A maioria dos ministros e o presidente da república, Albert Lebrun, se opuseram terminantemente ao projeto britânico de lançar minas no Reno, pois temiam que os alemães como represália, desencadeassem a guerra aérea contra o território francês. Reynaud, desalentado, comunicou logo a negativa do seu governo a Chamberlain. Este, enfurecido, retirou então o apoio à operação Wilfred.
 Para solucionar o conflito, Winston Churchill viajou para Paris, em 4 de abril. Após discutir o assunto com Reynaud e Daladier, decidiu abandonar o projeto do Reno e levar adiante a operação contra a Noruega. Sem mais demora telefonou a Chamberlain, a quem conseguiu convencer, a poder de enérgicos argumentos. Resolveu-se, em consequência, levar a prática a operação Wilfred, na madrugada do dia 8 de abril.
 Os chefes militares aliados, entretanto, haviam concordado em armar uma força expedicionária, a fim de ocupar os portos de Narvik, Stavanger e Trondheim, se os alemães, como se previa, desembarcassem no sul da Noruega. Posteriormente, essas tropas cruzariam a fronteira sueca e se apoderariam das jazidas de ferro daquele pais.
 Enquanto os aliados se preparavam para a operação Wilfred, navios alemães, carregados de soldados, já navegavam a toda maquina, rumo a costa escandinava.


A invasão


Para a conquista da Noruega, a Kriegsmarine organizou uma força de ataque integrada pela quase totalidade de seus navios. Dita esquadra, comandada pelo vice-almirante Gunther Lutjens, dividiu seus efetivos em cinco esquadras, cada uma das quais transportando as unidades de assalto do exército, destinadas a ocupar os portos de Narvik, Trondheim, Bergen, Kristiansand e Oslo. A conquista do porto de Stavanger e do próximo Aeroporto de Sola, o mais importante do Noruega, seria realizado por paraquedistas e tropas aerotransportadas.

Mapa da Noruega em 1940, mostrando as posições
que os alemães iriam ocupar
  
Uma esquadra de proteção, integrada pelos encouraçados “Gneiseneau" e “Scharnhorst" este último barco com insígnia do vice-almirante Lutjens, escoltaria os grupos encarregados da ocupação de Narvik e Trondheim. A fim de assegurar o abastecimento das tropas que seriam desembarcados nesses portos distantes, foram enviadas para ali, antecipadamente, 7 cargueiros e 3 petroleiros. Outra frota, integrada por 15 grandes barcos mercantes, teria a seu cargo o transporte do grosso do exército de von Falkenhorst, integrado por mais de 50 mil soldados, aos portos do Sul, Bergen e Oslo, logo que eles fossem conquistados pelas tropas de assalto.
Mediante a ocupação dos aeródromos da Dinamarca, a Luftwaffe estaria em condições de estender o raio de ações de seus bombardeiros caças, o que asseguraria a total supremacia aérea alemã sobre o sul e o centro da Noruega.
O temerário plano de invasão baseava-se fundamentalmente na surpresa e na rapidez com que haveriam de ser realizadas as primeiras ocupações. Só 9 mil soldados, providos exclusivamente de armas portáteis, compunham a força de assalto encarregada de levar à prática o ataque inicial. Em 8 de Abril de 1940, às 5:00 da manhã, os aliados puseram em marcha a operação e Wilfred. A essa hora, os embaixadores da Grã-bretanha e da França foram recebidos pelo surpreendido ministro das relações exteriores norueguês, Halvlan Koht, ao qual anunciaram que nesse preciso instante uma esquadra de destroiers britânicos haviam começado a minar a entrada do porto de Narvik. A rota do ferro estava cortada.

Destróieres britânicos minando as águas norueguesas
           
Enquanto os ingleses terminavam a colocação do campo de minas nos fiordes, a frota alemã do Almirante Lutjens se aproximava a toda máquina de Narvik.
Na manhã do dia anterior, 7 de Abril, aviões de patrulha da RAF haviam avistado a vanguarda da esquadra alemã, navegando velozmente para a costa da Noruega. Sem demora, uma esquadrilha de bombardeiros Wellington partiu para interceptar e, ás 13:25, avistou os barcos alemães e se lançou ao ataque. Dois aviões foram derrubados pelo fogo antiaéreo e os restantes voltaram as suas bases, depois de procurar infrutiferamente os navios de Lutjens que, protegidos pelo mau tempo, lograram escapulir-se para o Norte.


Bombardeios britânicos Vickers Wellington

As 07:00 da noite, depois de receber a notícia do ataque dos Wellington, o almirante Forbes, chefe da frota metropolitana britânica, ordenou a seus barcos que saíssem no encalço da esquadra alemã. Os grandes couraçados "Rodney”, "repulse" e "Valiant" abandonaram o ancoradouro de Scapa Flow e dirigiram-se para a costa escandinava. No dia seguinte foi ordenado aos cruzador "Glasgow" e “Devonshire" que se unissem a frota do almirante Forbes. Rapidamente, foram desembarcados desses barcos os soldados britânicos que deveriam partir naquela manhã para ocupar o porto de Stavanger e a base aérea de Sola. Essa medida apressada teve funestas consequências, pois, permitiu os paraquedistas alemães apropriar-se do vital aeródromo, sem encontrar resistência.


Paraquedistas alemães

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.




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