quarta-feira, 18 de maio de 2016

WWII (Parte 1) - No caminho da guerra

Ribbentrop, Stalin e Molotov
Ribbentrop, Stalin e Molotov

Às 11:00 horas da noite de 21 de agosto de 1939, as rádios da Alemanha interromperam repentinamente suas programações e o locutor com voz solene leu um transcendental comunicado:

“O governo do Reich e o governo soviético resolveram acordar um pacto de não agressão.  O Ministro das relações exteriores do Reich chegará a Moscou na quinta-feira, 23 de agosto, para concluir as negociações. ”

Hitler e Stalin aliados.  A inesperada notícia provocou estupor em todo o mundo.  O último obstáculo que impedia o ditador alemão de concretizar os seus planos de agressão contra a Polônia ficava, pois, eliminado. Quatro meses antes, o führer, fizera a sua entrada Triunfal em Praga, na Tchecoslováquia, cuja independência prometerá a respeitar na conferência de Munique, ficava incorporada à Grande Alemanha.  Desmoronava-se, para não mais se levantar, a ordem europeia estabelecida, ao término da Primeira Guerra Mundial, pelo Tratado de Versalhes.

O plano branco

Uns após outros, os enormes veículos Mercedes-Benz chegavam ao Edifício da chancelaria do Reich. Dos suntuosos veículos descem, apressados, os dirigentes máximos, políticos e militares, da Alemanha nazista, era 3 de abril de 1939. Este foi o dia em que realmente começou a Segunda Guerra Mundial.  Reunidos no gabinete do líder, os chefes da Wehrmatch recebem das mãos de Hitler às cópias de um projeto ultrassecreto: O plano branco. O Ditador permanece alguns minutos em silêncio, e a seguir com voz calma e enérgica, dá início a leitura do decisivo documento.

“Senhores, o objetivo será destruir o poderio militar polonês e criar no Leste uma situação que satisfaçam as necessidades da defesa nacional.  O estado livre de Dantzig será proclamado parte integral do Reich no começo das hostilidades…”

A sorte está lançada, um silêncio absoluto reina na sala. Embargados pela emoção, os Generais Brauchitsch, Comandante-em-chefe do exército, Halder, chefe do estado-maior, Almirante Raeder, Comandante da Kriegsmarine, e o Marechal Goëring, da luftwaffe, compreendem que acabam de receber a ordem definitiva que dará início a outra guerra. Hitler, imperturbável, continua a leitura do longo documento.

“A missão do exército será destruir as forças armadas polonesas e, com tal fim, deverá dispor-se a realizar um ataque de surpresa... Os preparativos devem efetuar-se de maneira tal, que a operação possa ser levada a prática a qualquer instante... a partir de 1º de setembro de 1939".

            1º de setembro de 1939! Uma data como tantas outras..., entretanto, nada afastará Hitler da sua decisão. Apelando para toda a classe de manobras, conseguirá, finalmente, dar pontual cumprimento ao fatídico plano. Qual foi o motivo que o levou, afinal, a tomar tão tremenda deliberação?

Hitler conversando com Ribbentrop
Hitler conversando com Ribbentrop

Chamberlain, o “homem do guarda-chuva”, o apaziguador de Munique, intempestivamente interpôs-se no seu caminho. Dois dias depois da ocupação da Tchecoslováquia, o político inglês pronuncia na cidade de Birmingham, um discurso decisivo. “A Grã-Bretanha anuncia, não caiu tão baixo a. de aceitar, de braços cruzados, a hegemonia da Alemanha sobre toda a Europa”. A 30 de março de 1939, o embaixador britânico em Varsóvia, Sir Howard Kennan, comunica ao ministro do exterior polonês, Coronel Josef Beck, que o seu governo está disposto a garantir, unilateralmente, a independência da Polônia. Perplexo, Beck aceita sem vacilação a extraordinária oferta. No dia seguinte, Chamberlain comunica a câmara dos comuns que a Grã-Bretanha se comprometeu a dar a Polônia plena ajuda Militar no caso de ser agredida.

Hitler, ao inteirar-se das declarações de Chamberlain, explode num ataque de fúria. Compreende que, daí por diante, terá que apelar para as armas a fim de concretizar os seus planos de conquistar o “Espaço Vital”, que assegura a sobrevivência e a grandeza do povo alemão.

Três dias mais tarde, a 3 de abril, distribuiu aos seus generais as diretivas do “Plano Branco”. A Alemanha empreendeu assim o caminho da guerra.

A hora decisiva

Sorridente, Ribbentrop acaba de por sua assinatura ao pé do documento, que sepultará a Europa na morte e na destruição durante seis longos anos. Stalin e Molotov estão ao seu lado. É o dia 23 de agosto de 1939.

Pacto Ribbentrop-Molotov
Pacto Ribbentrop-Molotov

Terminada a cerimônia, o Ministro das relações exteriores da Alemanha e o premier soviético, apertam-se as mãos e, a segui, dirigem-se a um dos suntuosos Salões de Kremlin. Chegou o momento da comemoração. Stalin, segurando uma taça de champanhe, exclamação entusiasmo:

"Sei quanto o povo alemão ama o seu führer!  Quero, em consequência, levantar a minha taça em sua honra...  Brindo à saúde do führer!"

Ribbentrop e Stalin
Ribbentrop e Stalin brindam em nome do Führer

Naquele mesmo instante, a milhares de quilômetros de distância, Hitler festeja também a assinatura do pacto, que acaba de concentrar com seu o diabo inimigo. Com satisfação, O Ditador compreende que conquistou, sem derramar uma só gota de sangue, a Vitória mais extraordinária de toda sua carreira ao concluir o tratado com Stálin conseguiu, da noite para o dia, alterar radicalmente a ameaçada posição em que se encontra a Alemanha com o apoio da União Soviética, poderá agora liquidar Definitivamente a Polônia e, ao mesmo tempo, fazer frente a uma grande guerra contra a Grã-Bretanha e a França, sem preocupar-se com a sua retaguarda.

Ao receber, a 19 de agosto, o telegrama de seu Embaixador em Moscou, com a notícia de que Stalin concordava em entrar em negociações, Hitler mandou chamar o Almirante Raeder e ordenou que ele fizesse zarpar imediatamente a frota de submarinos e os couraçados “Graf Spee” e “Deutschland” A fim de que alcançassem as suas posições de combate no Mar do Norte e Atlântico, na data fixada para o início do ataque a Polônia.

Enquanto a Marinha inicia o deslocamento de suas unidades o exército apressa-se para cumprir a sua missão. Em 23 de agosto, Hitler fixa a data do ataque: sábado, 26 de agosto, às 4:30 da madrugada.

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.



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