Ribbentrop, Stalin e Molotov |
Às 11:00 horas da noite de 21 de agosto
de 1939, as rádios da Alemanha interromperam repentinamente suas programações e
o locutor com voz solene leu um transcendental comunicado:
“O governo do Reich e o governo
soviético resolveram acordar um pacto de não agressão. O Ministro das relações exteriores do Reich
chegará a Moscou na quinta-feira, 23 de agosto, para concluir as negociações. ”
Hitler e Stalin aliados. A inesperada notícia provocou estupor em todo
o mundo. O último obstáculo que impedia
o ditador alemão de concretizar os seus planos de agressão contra a Polônia
ficava, pois, eliminado. Quatro meses antes, o führer, fizera a sua entrada
Triunfal em Praga, na Tchecoslováquia, cuja independência prometerá a respeitar
na conferência de Munique, ficava incorporada à Grande Alemanha. Desmoronava-se, para não mais se levantar, a
ordem europeia estabelecida, ao término da Primeira Guerra Mundial, pelo
Tratado de Versalhes.
O plano branco
Uns após outros, os enormes veículos
Mercedes-Benz chegavam ao Edifício da chancelaria do Reich. Dos suntuosos
veículos descem, apressados, os dirigentes máximos, políticos e militares, da
Alemanha nazista, era 3 de abril de 1939. Este foi o dia em que realmente
começou a Segunda Guerra Mundial.
Reunidos no gabinete do líder, os chefes da Wehrmatch recebem das mãos
de Hitler às cópias de um projeto ultrassecreto: O plano branco. O Ditador
permanece alguns minutos em silêncio, e a seguir com voz calma e enérgica, dá
início a leitura do decisivo documento.
“Senhores, o objetivo será destruir o
poderio militar polonês e criar no Leste uma situação que satisfaçam as
necessidades da defesa nacional. O
estado livre de Dantzig será proclamado parte integral do Reich no começo das
hostilidades…”
A sorte está lançada, um silêncio
absoluto reina na sala. Embargados pela emoção, os Generais Brauchitsch,
Comandante-em-chefe do exército, Halder, chefe do estado-maior, Almirante
Raeder, Comandante da Kriegsmarine, e o Marechal Goëring, da luftwaffe,
compreendem que acabam de receber a ordem definitiva que dará início a outra
guerra. Hitler, imperturbável, continua a leitura do longo documento.
“A missão do exército será destruir as
forças armadas polonesas e, com tal fim, deverá dispor-se a realizar um ataque
de surpresa... Os preparativos devem efetuar-se de maneira tal, que a operação
possa ser levada a prática a qualquer instante... a partir de 1º de setembro de
1939".
1º de setembro de 1939! Uma data como
tantas outras..., entretanto, nada afastará Hitler da sua decisão. Apelando
para toda a classe de manobras, conseguirá, finalmente, dar pontual cumprimento
ao fatídico plano. Qual foi o motivo que o levou, afinal, a tomar tão tremenda
deliberação?
Hitler conversando com Ribbentrop |
Chamberlain, o “homem do guarda-chuva”,
o apaziguador de Munique, intempestivamente interpôs-se no seu caminho. Dois
dias depois da ocupação da Tchecoslováquia, o político inglês pronuncia na
cidade de Birmingham, um discurso decisivo. “A Grã-Bretanha anuncia, não caiu
tão baixo a. de aceitar, de braços cruzados, a hegemonia da Alemanha sobre toda
a Europa”. A 30 de março de 1939, o embaixador britânico em Varsóvia, Sir
Howard Kennan, comunica ao ministro do exterior polonês, Coronel Josef Beck,
que o seu governo está disposto a garantir, unilateralmente, a independência da
Polônia. Perplexo, Beck aceita sem vacilação a extraordinária oferta. No dia
seguinte, Chamberlain comunica a câmara dos comuns que a Grã-Bretanha se
comprometeu a dar a Polônia plena ajuda Militar no caso de ser agredida.
Hitler, ao inteirar-se das declarações
de Chamberlain, explode num ataque de fúria. Compreende que, daí por diante,
terá que apelar para as armas a fim de concretizar os seus planos de conquistar
o “Espaço Vital”, que assegura a sobrevivência e a grandeza do povo alemão.
Três dias mais tarde, a 3 de abril,
distribuiu aos seus generais as diretivas do “Plano Branco”. A Alemanha
empreendeu assim o caminho da guerra.
A hora decisiva
Sorridente, Ribbentrop acaba de por sua
assinatura ao pé do documento, que sepultará a Europa na morte e na destruição
durante seis longos anos. Stalin e Molotov estão ao seu lado. É o dia 23 de agosto
de 1939.
Pacto Ribbentrop-Molotov |
Terminada a cerimônia, o Ministro das
relações exteriores da Alemanha e o premier soviético, apertam-se as mãos e, a
segui, dirigem-se a um dos suntuosos Salões de Kremlin. Chegou o momento da
comemoração. Stalin, segurando uma taça de champanhe, exclamação entusiasmo:
"Sei quanto o povo alemão ama o seu
führer! Quero, em consequência, levantar
a minha taça em sua honra... Brindo à
saúde do führer!"
Ribbentrop e Stalin brindam em nome do Führer |
Naquele mesmo instante, a milhares de
quilômetros de distância, Hitler festeja também a assinatura do pacto, que
acaba de concentrar com seu o diabo inimigo. Com satisfação, O Ditador
compreende que conquistou, sem derramar uma só gota de sangue, a Vitória mais
extraordinária de toda sua carreira ao concluir o tratado com Stálin conseguiu,
da noite para o dia, alterar radicalmente a ameaçada posição em que se encontra
a Alemanha com o apoio da União Soviética, poderá agora liquidar
Definitivamente a Polônia e, ao mesmo tempo, fazer frente a uma grande guerra
contra a Grã-Bretanha e a França, sem preocupar-se com a sua retaguarda.
Ao receber, a 19 de agosto, o telegrama
de seu Embaixador em Moscou, com a notícia de que Stalin concordava em entrar
em negociações, Hitler mandou chamar o Almirante Raeder e ordenou que ele
fizesse zarpar imediatamente a frota de submarinos e os couraçados “Graf Spee”
e “Deutschland” A fim de que alcançassem as suas posições de combate no Mar do
Norte e Atlântico, na data fixada para o início do ataque a Polônia.
Enquanto a Marinha inicia o deslocamento
de suas unidades o exército apressa-se para cumprir a sua missão. Em 23 de
agosto, Hitler fixa a data do ataque: sábado, 26 de agosto, às 4:30 da
madrugada.
Referências
bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra
mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.
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