domingo, 22 de maio de 2016

WWII (Parte 4) - Começa a luta


The New York Times do dia 1º de setembro de 1939


Desencadeia-se a guerra relâmpago

O alto Comando do Exército, aproveitando a vantajosa posição das fronteiras alemães que, pelo Oeste, Norte e Sul, envolviam quase totalmente o território polonês, dividiu os seus efetivos em duas grandes massas de ataque.

O grupo de exércitos Sul, comandado pelo General Rundstedt, executaria a manobra decisiva da campanha. Como tal fim, lhe foram consignadas 35 divisões, compreendendo o grosso das forças blindadas: 4 divisões Panzer, 3 divisões mecanizada e 2 motorizadas. A missão de Rundstedt seria apoderar-se da importante região carbonífera da Silésia polonesa, para, em seguida, avançar rapidamente até Varsóvia e as margens do Vístula, conquistando a capital e unindo as suas forças ao desse rio com as unidades do grupo de exércitos Norte. O exército polonês ficaria, assim, cercado de norte a sul e não poderia construir nova linha defensiva por trás do Vístula. O grupo de exércitos Norte, comandado pelo General Von Bock, contaria com 25 divisões: 1 Panzer, 2 mecanizadas e 2 motorizadas. Depois de destruir as unidades polonesas no corredor de Dantzig, avançaria para o sul, flanqueando os rios Vístula e Narew, para estabelecer contato com as tropas de Rundstedt.

Gerd von Rundstedt e Fedor von Bock

O Comandante-em-chefe do exército polonês, Marechal Smigly-Rydz, enfrentava um problema insolúvel para defesa de seu país. As suas forças eram totalmente inferiores, em número e armamento, aos exércitos alemães. Contava apenas com um punhado de ultrapassar os tanques franceses e britânicos e a força aérea reduzia-se a cerca de 400 velhos aparelhos. Smigly devia optar entre duas possibilidades: situar os exércitos na fronteira, a fim de defender a região ocidental, onde se concentram as indústrias, ou colocar-se por trás da barreira fluvial, formada pelos Rios Vístula e Narew, com objetivo de enfrentar a Wehrmacht em forte posição defensiva. No primeiro caso, corri o risco de ver os seus exércitos aniquilados nos primeiros dias de luta; no segundo, perderia a fonte de abastecimento e se veria obrigado a render-se em curto prazo.


Marechal Smigly-Ridz

         Jogando tudo na mesa, Smigly resolveu finalmente enfrentar o choque da Wehrmacht na própria fronteira. Com esta finalidade, dividiu as suas forças em três grandes setores. No norte, à frente da Prússia oriental e a Pomerânia, dispôs 3 exércitos, integrados por 15 divisões de infantaria e cinco brigada de cavalaria; no centro, resguardando a rica província de Poznan, situou o grosso das suas forças, dois exércitos compostos por 9 divisões de Infantaria e 4 brigada de cavalaria, apoiados na retaguarda pelo exército “Prússia”, integrado por seis divisões de infantaria, uma brigada motorizada e uma brigada de cavalaria; finalmente, no sul, em Cracóvia e nos Cárpatos, destacou dois exércitos: 8 divisões de Infantaria, duas brigadas motorizadas e uma brigada de Cavalaria.


Começa a luta

Na madrugada de 1º de setembro, o General Sucharski reuniu os seus homens e anunciou que o ataque alemão poderia desencadear-se de um momento para o outro. Os 180 soldados do seu destacamento escutaram em silêncio a terrível notícia. Sabiam que não teriam escapatória, mas, estavam dispostos a vender caro suas vidas. Entrincheirados na ilha de Westerplatte, frente ao cais de Dantzig, esse punhado de heróis teria que enfrentar três mil soldados alemães.

Às 4:45 da madrugada, abate-se sobre a costa violento bombardeio. O couraçado “Schleswig Holstein”, navio-escola da Kriegsmarine, que poucos dias antes estivera em Dantzig em “visita de cortesia”, disparou, com os seus gigantescos canhões de 16 polegadas, a primeira descarga da Segunda Guerra Mundial.

Couraçado Schleswig Holstein

Inicia-se uma luta encarniçada e sangrenta. Durante todo o dia, a artilharia e os stukas lançam um dilúvio de fogo e aço sobre o reduto de Westerplatte. Os poloneses, com decidida bravura, rechaçam o ataque dos soldados alemães. Ao cair da noite, a luta prossegue com maior fúria. Os nazistas, utilizando lança-chamas, destroem os ninhos de metralhadoras e aniquilam os seus defensores. Sucharski reúne os sobreviventes e continua resistindo até o dia 6 de setembro, a heroica guarnição rechaça 12 assaltos inimigos. Chega ao limite da resistência. Em 7 de Setembro, ao despontar o sol, os canhões alemães desatam um bombardeio demolidor sobre as posições polonesas. Entrincheirados nas ruínas dos edifícios, Sucharski e os 60 Sobreviventes estão prontos a enfrentar o ataque final. Os SS avançam entre os escombros e tratam com os poloneses uma desesperada luta corpo-a-corpo. Uma hora depois, tudo está terminado.

Primeiro comunicado oficial alemão

Berlim, 1º de setembro de 1939

“No curso das operações militares na Silésia, Pomerânia e Prússia oriental, foram conquistados todos objetivos do primeiro dia. A aviação alemã, atuando com o maior entusiasmo, bombardeou com completo êxito, os aeroportos de Rahmel, Quztig, Graudenz, Poznam, Loos, Tomaszow, Buda, Kattowitz, Cracóvia, Lemberg e Brest, destruindo todas as bases militares desses lugares. As tropas do Sul, que avançam através das montanhas, chegaram a uma linha entre Neumarket, Susha, ao sul de Maerich, e o rio Olsa foi atravessado perto de Puschen. Na zona industrial de Sude, as tropas avançaram até Kattowitz. Vários contingentes de tropas, que operam na Silésia, avançaram para o norte, em direção a Pschenstaochau. As tropas que operam no corredor, desde Brahe, chegaram ao Rio Netze, perto de Nakelin, nas proximidades de Grausentz.

As primeiras horas da Guerra em Berlim

Pode-se dizer que a capital do Reich não foi afetada pelas atividades bélicas. Durante o discurso de Hitler em frente ao Reichstag, um reduzido grupo de pessoas aglomerou-se ante a chancelaria, na Wilhelm-strasse. Hitler foi aclamado quando passou rapidamente e, minutos depois, ocorreu um incidente embaraçoso: vários guardas alinharam-se em frente à chancelaria e começaram a gritar: “queremos ver o nosso Führer”, mas a multidão não os imitou. Os semblantes graves dos presentes iluminaram-se por um momento, quando chegou um carro equipado com câmeras fotográficas e levando fotógrafos, que faziam às vezes de animadores, para que as fotos fossem mais espontâneas. Entre risos, muitos respondiam com Heils, embora não houvesse ali ninguém para ser aclamado, exceto os fotógrafos.

No geral, a calma foi total entre a população, que recebeu a notícia do início das hostilidades quase com apatia.

Primeiro comunicado oficial polonês

Varsóvia, 1º de setembro de 1939

“Pouco depois das 7:00, os alemães iniciaram ações militares em diferentes locais da Fronteira. Isto constitui, indubitavelmente, uma agressão alemã contra a Polônia. Ação militar está agora em desenvolvimento”.

As primeiras horas da Guerra em Varsóvia

Os habitantes da capital da Polônia tiveram, pouco depois de ouvir o primeiro comunicado oficial, a primeira sensação direta do conflito, ao soar as sirenes de alarme dos ataques aéreos. Às 9:00 da manhã, já se começou a ouvir um nutrido fogo de artilharia nos arredores da cidade, onde entraram em ação às baterias antiaéreas, que disparavam sem interrupção, distinguir-se em meio ao continuo estalido das granadas, ocasionais estampidos de bombas e zumbido dos motores dos aviões. Uma chuva miúda caiu sobre a cidade e o céu nublado não permitia divisar os aparelhos incursores.

Desde os primeiros toques das sirenes, a cidade Ficou quase completamente deserta. Todos correram a refugiar-se os edifícios demais sólida construção. As sirenes começaram a suar um quarto de hora antes de seu vem as primeiras detonações, às 8:45 da manhã. As ruas estavam então muito movimentadas. De imediato, produziu-se uma dispersão geral e todo mundo correu a amparar-se nos edifícios mais próximos.

A cidade tornou-se repentinamente tranquila, silenciosa. O trânsito ficou reduzido a alguns automóveis, que passavam a grande velocidade.

Ás 9:30 da manhã foi dado o sinal de perigo passado e o trânsito voltou ao ritmo normal. Meia hora mais tarde, tornaram a soar ás sirenes, mas foi um sinal de falso alarme, com sinal de perigo passado 20 minutos após. O terceiro alarme do dia 1º de setembro começou às 12:40. Dez minutos depois escutou-se o fogo das baterias antiaéreas dos subúrbios do Oeste. Ás 12:57 o alarme.

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

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