terça-feira, 28 de junho de 2016

WWII (Parte 15) - O armistício finlandês

O armistício

Em 6 de Março, uma delegação finlandesa viajou para Moscou e, no dia seguinte, iniciou as negociações que encerraram o combate. Em 13 de Março, cessou o fogo em todas as frentes.
De acordo com as exigências de Stalin, todo o Ístmo da Carélia, os territórios situados sobre o Oceano Ártico e o Porto de Hangö, no Mar Báltico, passarão ao domínio da União Soviética. O conflito teve graves e decisivas consequências. Com o início da invasão soviética, os governos francês e britânico, pressionados pelo clamor popular, planejaram enviar uma força expedicionária a Finlândia. A guerra chegou ao fim e as tropas não embarcaram. Os aliados adotaram o novo plano. As tropas seriam desembarcadas na Noruega, com a missão de ocupar o porto de Narvik e as jazidas de ferro do Norte da Suécia. Desta forma, serão interrompidos os embarques do mineral para a Alemanha. Hitler, ao ser informado da operação, ordenou os seus generais a imediata conquista da Noruega.

Molotov assina o tratado de paz entre União Soviética e Finlândia

Armistício Russo - Finlandês

A delegação finlandesa que, no dia 6 de março de 1940, viajou para Moscou, iniciou de imediato as tentativas destinadas a deter a luta.
De acordo com os termos do armistício, no dia 13 de março cessou o fogo em todas as frentes.

Rússia e Finlândia assinam um tratado de paz diz o jornal

As condições de paz eram as seguintes:

a)    Cessação imediata das hostilidades.
b)    Cessão a Rússia de todo o Ístmo da Carélia, incluindo Viborg e alguns municípios ao largo da frente oriental do país. (As zonas foram escolhidas de modo tal que a Rússia conseguiu uma posição estratégica privilegiadas sobre a Finlândia, por que obtinha uma saliência no lugar onde o país era mais estreito).
c)    Cessão à Rússia de Petsamo.
d)    Arrendamento a Rússia da península e o porto de Hangö, no mar Báltico.
e)    Controle, por parte da Rússia, de todo o golfo da Finlândia e também da capital finlandesa, Helsinki.
f)     Cooperação na construção de uma ferrovia que iria de Kandalahti até Tornea, fronteira da Suécia. (Está ferrovia, construída por razões comerciais, seria de grande importância estratégica).

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

WWII (Parte 14) - Batalha final na Finlândia

Mannerheim ordena a retirada

Na noite do dia 14 de fevereiro, o Marechal Mannerheim convocou uma reunião de todos os comandantes das unidades empregadas no Ístmo da Carélia. Durante várias horas os oficiais discutiram calorosamente sobre como fazer para salvar o exército do Ístmo de uma completa destruição.
A dramática conferência realizou-se no posto de comando do general Oestermann, situado a sete quilômetros da frente de combate. À distância, retumbava o incessante fogo da artilharia russa.
Os chefes dos regimentos que combatiam na primeira linha pronunciaram-se, na maioria, por uma retirada geral das unidades do setor ocidental e central para uma nova posição situada ao norte do porto de Viborg. Sabia que as suas tropas estavam no limite da capacidade de resistência e que os dizimados batalhões não demorariam em desintegrar-se ante os demolidores ataques soviéticos.
O chefe do estado-maior, entretanto, se opôs a essa retirada, pois considerava que se poderia organizar a defesa ao sul de Viborg, salvando assim estratégico porto.
O Marechal Mannerheim não tomou, nessa noite, nenhuma decisão. Abrigava ainda há esperança de conter a ofensiva soviética, mediante o contra-ataque de duas divisões de reforço que se achavam em marcha, vindas do Norte. Essas unidades, porém, tardaram demais, porque os trens que os conduziram foram atacados pelos aviões russos e elas tiveram que desembarcar e percorrer até os últimos 100 quilômetros que as separavam da frente.
Em 15 de fevereiro, Timoshenko redobrou os ataques na cunha aberta ao leste de Suma e a penetração estendeu-se até o ponto limite da ruptura.

Jornal da época informado que os russos estão se
aproximando das principais estradas de Viborg.

Mannerheim compreendeu que chegará ao fim. No dia 15, ordenou a retirada dos exércitos do setor ocidental e central do Ístmo para a posição defensiva situada no Sul de Viborg. Deslocando-se durante a noite, através dos bosques e pântanos gelados, os finlandeses conseguiram alcançar sem dificuldade a segunda linha de resistência.
Ao amanhecer do dia 17 de fevereiro, os soldados soviéticos descobriram que os finlandeses tinham abandonado a linha Mannerheim. Timoshenko, sem demora, ordenou avançar e, nessa mesma tarde, as suas forças tomaram contato com uma nova posição. Os russos lançaram-se imediatamente ao ataque, mas, foram rechaçados.

Dois soldados soviéticos mortos com o frio incessante da Finlândia

 A batalha final

Depois de três dias de violentos combates, Timoshenko compreender o que os finlandeses, mesmo depois de terem perdido os lances principais da linha Mannerheim, ainda estavam em condições de prosseguir a luta.
A primavera estava próxima e, com o degelo, os milhares de lagos e pântanos se tornariam insuperáveis obstáculos para o deslocamento dos tanques e veículos motorizados. Por isso, o Marechal Voroshilov procurou terminar rapidamente a campanha influenciou as forças finlandesas no Ístmo, atacando-as pela superfície gelada do Golfo da Finlândia.
Os russos contavam com uma vantajosa posição de partida, pois, nos primeiros dias de guerra, se haviam apoderado das ilhas de Sursari, Lavansari e Seiskiari, a menos de 50 quilômetros da costa finlandesa. Nessas Ilhas, concentraram os efetivos para o ataque. Além disso, propunham se passar a Baía de Viborg, que estava coberta também por uma camada de gelo, de um a dois metros de espessura.
Como prelúdio a ofensiva, duas divisões russas atacaram a fortaleza de Koivisto, na margem meridional da Baia de Viborg, e, após três dias de violentos combates, desalojaram a guarnição. Em 25 de Fevereiro, os russos internaram-se na Baía, precedidos por fortes formações de tanques. Da Costa setentrional, os finlandeses romperam fogo com os seus canhões de 30,5 centímetros. As gigantescas granadas, ao explodir, abriram enormes sucos no gelo, pelos quais desapareceram, afundando-se nas águas geladas, companhias inteiras de soldados em centenas de tanques e caminhões.

Tanque T-26 avançando pelo Ístmo da Carélia

Em 1º de março, os russos estabeleceram-se ao longo da costa setentrional e ali concentraram a sua artilharia. Três dias mais tarde, começou o ataque. Seis divisões lançaram seu assalto contra as trincheiras, defendidas por 12 batalhões de soldados finlandeses.
Nesse mesmo dia, os russos avançaram pela primeira vez através do Golfo da Finlândia. Em sucessivas ondas, atacaram os redutos da costa defendida por 5 batalhões finlandeses, apoiados por unidades de milicianos. Novamente, foram derrotados. Para reforçar as suas divisões, os soviéticos abriram caminho através da neve que cobre a superfície gelada do Golfo, com uma camada de 2 metros de espessura. E foi através dessas improvisadas estradas, que se deslocaram tanques, caminhões e tratores, levando peças de artilharia e trenós, carregados de soldados e munições.
Ante tão gigantesco avanço de forças, a Finlândia teria inexoravelmente de sucumbir.
Em 7 de Março, duas divisões soviéticas alcançaram a margem setentrional da Baía de Viborg. Timoshenko concentrou a sua artilharia nesse setor e desencadeou um bombardeio infernal. Dois dias depois, os russos aprofundaram a cabeça-de-ponte e cortaram com fogo dos seus canhões o caminho entre Viborg e Helsinki.


Cidade de Helsinki em chamas com os ataques soviéticos

         No Ístmo da Carélia, 10 divisões russas, apoiadas por duas brigadas de tanques, conseguiram romper as linhas finlandesas e abriram uma brecha de 20 quilômetros de extensão ao leste de Viborg. Lutando desesperadamente, as tropas de Mannerheim empreenderam a retirada. Em 3 de Março, seis divisões soviéticas lançaram-se contra Viborg e travaram furiosos combates com sobreviventes de três regimentos finlandeses.
Mannerheim e os seus generais compreenderam que a guerra estava definitivamente perdida. O exército finlandês esgotará totalmente a sua capacidade combativa.

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.




terça-feira, 14 de junho de 2016

WWII (Parte 13) - A ofensiva de Voroshilov

A ofensiva de Voroshilov

Ao terminar dezembro, os finlandeses haviam conseguido rechaçar a invasão soviética em todas as frentes. Stalin, enfurecido pela inesperada derrota, decidiu nomear comandante-em-chefe o Marechal Voroshilov, este reorganizou as forças que combatiam na Finlândia e forçou poderosamente os seus efetivos. Um novo exército, o XIII, foi destacado para o Ístmo da Carélia. E todas as forças desse setor ficaram sob o comando do General Timoshenko.

Josef Stalin ao lado do Marechal Kliment Voroshilov

Durante todo o mês de janeiro de 1940, os russos levaram a cabo incursões e golpes sobre a linha Mannerheim, a fim de impedir a reparação das fortificações e desgastar as forças finlandesas. Finalmente, na manhã de 5 de fevereiro, foi iniciada a ofensiva. Milhares de canhões de todos os calibres bombardearam, durante sete horas consecutivas, as posições finlandesas no setor ocidental do Ístmo da Carélia.

Canhão de artilharia russa

Ao cessar o bombardeio, três divisões russas lançaram-se ao assalto, precedidos por uma formação de 100 tanques. Ocultando-se nas crateras das bombas e nas trincheiras em ruínas, os sobreviventes de três batalhões finlandeses resistiram a investida. Milhares de russos pereceram sobre o fogo incessante de suas metralhadoras e fuzis. Alguns tanques romperam a defesa, mas, foram destruídos com bombas molotov e granadas.
Durante os dias 8,9 e 10, repetiram-se os assaltos e as terríveis perdas. Alguns batalhões de paraquedistas foram lançados por trás das linhas finlandesas, mas, não tardaram a ser aniquiladas. Timoshenko, sem se preocupar com as milhares de baixas, continuou descarregando demolidores golpes contra a linha Mannerheim. Ao anoitecer do dia 10, os seus soldados encontravam-se combatendo contra os últimos redutos.

A guerra de inverno não dava trégua para nenhum dos lados

 O ataque decisivo

Esmagadora ofensiva dos dias 8 a 10 não era senão o prelúdio do ataque decisivo. No domingo, 11 de fevereiro, às 8:30 da manhã, 320 canhões, concentrados em estreita faixa de 4 quilômetros, desencadearam um bombardeio arrasador. Em poucas horas, mais de 300 mil granadas caíram sobre as trincheiras finlandesas. Sobre a cobertura deste fogo infernal, um batalhão de tanques russos providos de lança-chamas, introduziu-se nas defesas e destruiu as principais casamatas. Um grupo de 70 tanques conseguiu, finalmente, romper as linhas, através de um pântano que se achava coberto de gelo. Ali, não existia praticamente defesa e os soviéticos conseguiram introduzir uma cunha de cerca de 3 quilômetros de profundidade. Os infantes finlandeses lançaram-se contra os blindados, esquivando-se do fogo das suas metralhadoras e canhões, a fim de destruí-los com cargas explosivas. Os russos, no entanto, haviam astutamente coberto os seus tanques com redes de aço, que os protegiam contra as explosões das granadas. A penetração soviética ficou assim assegurada.

Canhão russo 203-mm B-4 howitzer modelo 1931

Durante 5 dias, o ataque prosseguiu com fúria renovada, nos arredores de Suma. Os finlandeses empenharam na luta as suas últimas reservas, mas, não conseguiram reconstruir as linhas. Lenta, mas inexoravelmente, os russos continuaram avançando, aniquilando uma posição após outra.
Era o momento crucial da campanha. A frente ameaçava ruir em questão de horas.

Batalha sem tiro

Dois batalhões finlandeses cobrem a fronteira, defendendo-se desesperadamente do ataque da divisão de infantaria russa 139. À noite, amparado pelas trevas, os grupos de vanguarda russos caem sobre os finlandeses, pela retaguarda. Os defensores, surpreendidos pelo inesperado ataque sofrem uma momentânea desorganização, mas refazem as suas fileiras. Enquanto os combatentes mantêm-se firme na frente, os cozinheiros, motoristas, assistentes, rádio telegrafista armeiros etc. sem disparar um só tiro utilizando baionetas e facas, atacam os russos em sangrento corpo a corpo. Os atacantes são obrigados a renunciar as armas de fogo porque a escuridão é impenetrável e o terreno é desconhecido. O combate é travado com armas brancas. Silenciosamente, várias centenas de homens lutam durante uma longa hora. Só gemidos isolados assinaram as baixas de um ou outro lado. Por fim, caçadores de nascença, os finlandeses impõem a sua habilidade no manejo da faca e no aproveitamento do terreno. O batalhão soviético, na singular batalha em que não foi disparado o único tiro, é aniquilado.

Soldado finlandes com sua arma e na ponta uma Baioneta

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

domingo, 12 de junho de 2016

WWII (Parte 12) - A batalha do Ístmo

A batalha do Ístmo

Ás 7 horas do dia 30 e novembro de 1939, o general Timoshenko lançou as suas forças ao ataque. Mais de meio milhão de soldados, apoiados por milhares de tanques e aviões, cruzaram a fronteira, confiados em que conseguiriam aniquilar em poucos dias as tropas de Mannerheim. Os finlandeses, entretanto, oporiam encarniçada resistência e assombrariam o mundo ao obter uma série de brilhantes e repetidas vitórias sobre os poderosos exércitos russos.

General Semyon Konstantinovich Timoshenko

Tal como fora planejado, o principal ataque soviético teve lugar no Ístmo da Carélia. Após vencer as forças finlandesas de vanguarda e ultrapassar os campos minados e os obstáculos interpostos no seu caminho, as divisões russas colocaram-se frente as fortificações da linha Mannerheim. Esta ocupava uma extensão de 125 km e se apoiava nas margens de três grandes lagos: Muola, Vouski e Suvanto. Contava com 90 grandes casamatas de cimento armado, unidas por uma intrincada rede de trincheiras, redutos, ninhos de metralhadoras e refúgio escavados em terra e reforçados com grossos troncos. Possuía um extenso e profundo cordão defensivo formado por fossos antitanques, campos minados e redes de arame farpado.

Alguns obstáculos da Linha Mannerheim

No dia 6 de dezembro, o VII exército soviético começou o ataque com uma série de operações ao longo de toda a linha, a fim de reconhecer os pontos fracos da defensiva. Finalmente, Timoshenko decidiu lançar uma poderosa ofensiva sobre a região oriental do Ístmo, no setor da cidade de Taipale, situada às margens do Lago Ladoga.
A operação foi executada pelo corpo de exército do general Grendal, integrado por quatro divisões de infantaria e um corpo mecanizado. Entre os dias 6 e 13 de dezembro, Grendal desencadeou 16 violentos ataques sobre Taipale.
Apoiados pelo fogo de centenas de canhões, os infantes russos avançaram em formação cerrada sobre as posições dos finlandeses.  Estes rechaçaram os ataques, mas, sofreram perdas aniquiladoras. Alguns regimentos da vanguarda ficaram reduzidos a menos da metade dos seus efetivos. Taipale, porém, não caiu.

Em 16 de dezembro, Grendal concentrou toda sua artilharia em um estreito setor de 700 metros de comprimento, em frente ao Lago Suvanto. Na outra margem, os finlandeses preparam-se para enfrentar um outro ataque. Durante três horas, os canhões russos jogaram um dilúvio de fogo e aço sobre as suas posições. Ao cessar o bombardeio, os infantes soviéticos lançaram-se de baioneta calada através da superfície gelada do lago. Entrincheirados nas crateras das granadas, os finlandeses deixaram-nos aproximar-se até uma distância de 100 metros e então abriram fogo mortífero, com as metralhadoras e os fuzis. Milhares de russos caíram e os restantes bateram em retirada.

Infantaria finlandesa em uma trincheira da Linha Mannerheim

Em 19 de dezembro, Timoshenko desencadeou no centro do Ístmo o ataque decisivo. Apoiadas por várias brigadas de tanques, três divisões de Infantaria avançaram até a linha Mannerheim, numa frente de 30 quilômetros.
Durante quatro dias os finlandeses, combatendo encarniçadamente, conseguem conter os incessantes ataques da infantaria e dos blindados soviético. Mas, finalmente, viram-se obrigados a recuar. Sofrendo terríveis perdas, os russos foram apossando-se paulatinamente dos redutos e trincheiras, e em 23 de dezembro chegaram a última linha de resistência. Cheio de júbilo, Timoshenko se a prestou a ordenar o ataque final que combinaria com a ruptura da linha Mannerheim. Nesse momento crucial o general Oestermann ordenou que sua única divisão de reserva passasse imediatamente ao ataque.
Tomadas de surpresa pela violenta e investida finlandesa, os russos empreenderam a retirada e abandonaram o terreno que haviam conquistado a custo de tremendos sacrifícios. Assim terminou a primeira ofensiva Soviética no Ístmo da Carélia.


Os ataques frustrados

Ao iniciar-se a invasão russa, o porto de Petsamo, nas costas do Oceano Ártico, contava como única guarnição com uma companhia de Infantaria, armada com dois canhões modelo 1887, para enfrentar as três divisões do XIV exército soviético.
Na manhã do dia 30 de novembro, as tropas cruzaram a fronteira e avançaram lentamente através das planícies geladas. Sobre a costa, uma flotilha de cruzadores desencadeou um violento bombardeio, para apoiar o seu ataque.
Esmagados pela superioridade dos soviéticos, os finlandeses abandonaram Petsamo e deslocaram-se para o interior do país. O chefe do XIV exército destacou, então, duas das suas divisões sobre a costa e enviou uma terceira para o sul, acompanhada por um poderoso grupamento de tanques.

Soldados finlandeses em meio a imensidão gelada

Durante 15 dias, os finlandeses conseguiram paralisar a divisão soviética, com ataques de surpresa, mas, as fileiras da pequena unidade determinaram dizimadas. O comandante finlandês incorporou, então, à sua força, 400 operários das minas de níquel próximas a Petsamo e prosseguiu na resistência. Finalmente, chegaram dois batalhões de reforço e conseguiram rechaçar para o norte o inimigo. Em meio a violenta tempestade de neve e com uma temperatura de 50 graus abaixo de zero, as colunas russas deslocaram-se até a cidade de Nautsi, onde ficarão imobilizada até o final da guerra.
Na região central da Finlândia, o IX exército lançou-se ao ataque contra o centro de comunicações de Rovaniemi, Afim de cortar o país pela metade e ocupar as costas do Golfo de Bótnia. Em 17 de dezembro, duas divisões soviéticas estavam a 100 quilômetros da cidade e preparavam-se para tomada de assalto. O marechal Mannerheim determinou imediatamente o envio de reforços. Um regimento de milicianos, integrado por velhos e rapazes carentes de toda a instrução militar, dirigiu-se a Rovaniemi, onde conseguiu rechaçar os russos e pô-los em fuga. Equipando-se com as armas e tanques abandonados pelos soviéticos, os finlandeses intensificaram o ataque e avançaram até localidade de Sala, próximo à fronteira. Ali, a frente permaneceu estabilizada até o fim da guerra.
Mas para o sul, nos arredores da cidade de Suomusalmi, o general Siilasvue conquistou uma importante vitória sobre os russos. Por sua vez, na margem setentrional do Lago Ladoga, o regimento finlandês deteve um avanço de três divisões do VIII exército soviético, depois de 15 dias de sangrentos combates.

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

WWII (Parte 11) - A linha Mannerheim

A distribuição das forças

Durante os meses de verão que precederam o ataque, o general Timoshenko, comandante em chefe das forças soviéticas, concentrará os efetivos de 4 poderosos exércitos sobre as extensas fronteiras da Finlândia. Pode completar sem dificuldades a manobra, utilizando a linha ferroviária Leningrado - Murmansk, nas costas do oceano Ártico. Ao longo dessa ferrovia, colocou depósitos de armamentos e provisões, que serviriam para abastecer as tropas russas destacadas nas desérticas e gélidas regiões do norte da Finlândia.
O plano de operações soviético estava habilmente concebido. Um exército, o VII, levaria a cabo a manobra decisiva da campanha na região do Ístmo da Carélia. Para isto, cantava com o grosso das forças: 11 divisões de infantaria, um corpo mecanizado e três brigadas de tanques. A sua missão queria atacar frontalmente a linha Mannerheim, cujas fortificações estendiam-se através do Ístmo da Carélia, das costas do Golfo da Finlândia às margens do Lago Ladoga. Rompida as defesas finlandesas, o VII exército conquistaria Helsinki e os ricos territórios do sul da Finlândia. Ao Norte do Lago Ladoga, outro exército, o VIII, integrado por seis divisões de infantaria, apoiaria as ações das forças russas destacadas no Ístmo da Carélia. A sua missão seria avançar para o sul e atacar pela retaguarda as divisões finlandesas que defendiam a linha Mannerheim.

Tanques soviéticos avançam na região do Ístmo da Carélia

Frente a região central da Finlândia estava o IX exército, composto por seis divisões de infantaria e uma brigada de tanques. Avançaria para o oeste, com o fim de cortar o país pela metade e ocupar os portos de Tornea e Oulu, no Golfo de Botnia. Desta maneira, a Finlândia se veria privada de suas comunicações com a Suécia e a Noruega, principais fontes de abastecimento para os seus exércitos. Ao Norte, sobre as costas do Oceano Ártico, o XIV exército, integrado por três divisões de infantaria e fortes unidades blindadas, ocuparia o porto de Petsamo, A fim de impedir o eventual desembarque de um exército auxiliar franco-britânico. Posteriormente, destacaria uma das suas divisões apoiada por tanques para ajudar no ataque do IX exército. Assim, a Finlândia atacada simultaneamente pelo norte, centro e sul, se veria obrigada a dispersar as suas reduzidas forças sobre uma frente de 1.400 quilômetros de extensão.
O exército finlandês contava apenas com 12 divisões de infantaria, um punhado de tanques antiquados e 170 aviões. A sua única vantagem era combater no seu próprio e agreste terreno, com milhares de lagos, imensos bosques e extensos pântanos os soldados finlandeses, valendo-se de esquis, destacavam-se com facilidade sobre a neve que, nos meses de inverno, cobria todo o país.

Soldados finlandeses apostos para o combate, nota-se os esquis citados no texto

Essa extraordinária mobilidade haveria de constituir-se uma das principais causas de suas surpreendentes vitórias sobre os russos.
Ao iniciar as hostilidades, o Marechal Mannerheim, devia manter-se firme em suas posições, a fim de impedir a erupção dos soviéticos sobre os territórios do sul da Finlândia, onde se encontravam concentradas as principais cidades e indústrias do país. Ao norte do Lago Ladoga e para impedir um ataque pela retaguarda das forças do General Oestermann foram colocadas duas divisões de infantaria.
Para cobrir as extensas fronteiras orientais, Mannerheim só contava, no momento de se iniciar a luta, com seus batalhões de infantaria.

Mannerheim

Janeiro de 1918. Bótnia, pequena cidade perdida na imensidade branca da Finlândia.
A guarnição russa descansa. As sentinelas, adormecidas pelo frio, apoiam-se nos fuzis. As sombras as envolvem.
Escuta-se um sinal. Um silvo leve, curto, que se interrompe duas vezes.
As sentinelas nada percebem e com isso a sua sorte fica selada.
As sombras, agilmente, arrojam-se sobre as sentinelas. Dois, três, quatro corpos caem por terra. Dois minutos depois a casa da guarda é assaltada por 20 homens. Uma hora mais tarde, os atacantes afastam-se, quase tão silenciosamente como chegaram. Deixam atrás uma guarnição dominada e desarmada. Levam fuzis e munições suficientes para pôr em pé de guerra um numeroso grupo de homens.

Uma sentinela

A frente do grupo, entrou no quartel russo um homem. É o último que sai. É dele o plano e a grande ideia motora. Ele sonha com a liberdade da sua pátria está disposto a conquistá-la. Mesmo ao preço da própria vida.
Após os homens que se afastam corre o chefe, Carl Gustaf Mannerheim.

Carl Gustaf Mannerheim

Antigo oficial da cavalaria do exército russo nasceu em junho de 1867. Filho e neto de militares, ingressou muito jovem na Escola de Cadetes. Como oficial, serviu as ordens da Rússia na guerra com o Japão. De regresso à sua Pátria, leva cinco condecorações. 1914. Estala a Primeira Guerra Mundial. Mannerheim já general, comanda uma unidade russa. A revolução bolchevique e a paz com a Alemanha decidem o seu destino. Renuncia oposto e regressa ao seu país Natal inicia a luta pela libertação. Organiza e institui um pequeno núcleo de combatentes, a base do futuro exército libertador. Armas? Nada mais fácil para Mannerheim. Um golpe audacioso e a guarnição russa de Bótnia fornece-as. Na noite de 26 para 27 de janeiro de 1918, a guerra pela libertação começa. A frente de 30 mil homens, Mannerheim lança-se à luta. A sorte o ajuda. O seu valor faz o resto. De vitória em vitória, em 16 de maio entra em Helsinki, que o recebe como libertador. Até 1931, como Marechal e Presidente do Conselho Supremo da defesa, põe em prática uma ideia que o persegue a muito tempo: a criação de uma possante linha defensiva na fronteira com a Rússia. Nasce assim a linha Mannerheim, obra mestra de engenharia militar e Bastião defensivo na guerra que estalará a alguns anos depois.

Linha Mannerheim

Lutando com a mais absoluta carência de meios, orçamentos restritos, poucos homens e materiais antiquados, a linha Mannerheim será, oito anos mais tarde, um difícil obstáculo para o poderoso rolo compressor soviético.

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

terça-feira, 7 de junho de 2016

WWII (Parte 10) - A expansão soviética

A expansão soviética

A Finlândia se opõe às exigências da URSS

No dia 5 de outubro de 1939, Molotov, em nota ao governo finlandês, convida-o a mandar delegados a Moscou, para realizar uma “troca de ideias sobre questões políticas”.
            Uma semana depois, chega a Moscou a delegação finlandesa, presidida por Juho Kusti Paasikivi. Molotov propôs lhe, então, assinatura de um pacto de ajuda mutua, semelhante ao que a União Soviética consertará com os países bálticos. O tratado equivaleria, de fato, a estabelecer um protetorado soviético sobre a Finlândia. A resposta foi negativa.
            Dois dias mais tarde, Molotov apresenta a Paasikivi as exigências soviéticas. O documento era um verdadeiro ultimato.

Juho Kusti Paasikivi

            A URSS reclamava da Finlândia a cessão em arredondamento do estratégico porto de Hangö, situado na entrada do Golfo da Finlândia, a fim de estabelecer uma base aeronaval. Exigia a entrada de uma série de ilhas naquele Golfo e de uma extensa faixa de terra no Ístmo da Carélia. Em compensação, os soviéticos dispunham a entregar a Finlândia alguns quilômetros de terras desertas ao norte do lago Ladoga e a autorizar a fortificação das ilhas Aland, situadas no golfo de Bótnia.
            Profundamente alarmado, Paasikivi retornou imediatamente a Helsinki. Ao terminar a leitura do Ultimato, o primeiro-ministro Aino Cajander ordenou a mobilização de 200.000 reservistas.
            A delegação finlandesa regressou imediatamente a Moscou e entregou a Molotov a resposta de Cajander. A Finlândia aceitava a seção de algumas Ilhas e a retificação de fronteiras do Istmo da Carélia, mas rechaçava a entrega do porto de Hangö.

Porto de Hangö

            Molotov decidiu, então, encerrar imediatamente as negociações. As tropas do exército vermelho já se achavam dispostas na fronteira com a Finlândia, prontas para entrar em ação.
            Ante o fracasso da sua missão, Paasikivi abandonou definitivamente a capital soviética, em 13 de novembro. A partir desse instante, a guerra se fez inevitável.

Golfo da Finlândia, Mainila e Lago Lagoda

O incidente de Mainila

Na tarde de 26 de novembro, o embaixador finlandês entrou apressadamente no gabinete de Molotov. O ministro soviético saudou-o friamente e entregou uma nota, com a denúncia de um incidente que acabava de ocorrer na fronteira. De acordo com as informações, as tropas finlandesas dispararam vários tiros sobre o povoado russo de Mainila, no Ístmo da Carélia, causando a morte de um grupo de soldados soviéticos.
Molotov, em tom ameaçador, disse ao embaixador que, embora o seu governo não pretendesse exagerar a importância do fato, exigia que a Finlândia retirasse todas as suas tropas a uma distância de 25 Km da fronteira, a fim de evitar novas provocações.
Dois dias mais tarde, em 28 de novembro, chega em Moscou a resposta do governo de Helsinki, informando que, de acordo com as investigações realizadas, pode-se comprovar que os disparos não foram efetuados pelas tropas finlandesas, mas, por canhões não identificados e localizados dentro do território soviético. Por consequência, a Finlândia só concordaria em retirar as suas forças da fronteira se os soviéticos realizassem um deslocamento semelhante. Molotov, sem se perturbar pela velada acusação, rechaçou a nota finlandesa e no dia seguinte denunciou o pacto de não-agressão firmado entre a URSS e a Finlândia em 1932. Nada mais poderia evitar o conflito.
Nas primeiras horas da manhã do dia 30 de novembro, o embaixador finlandês foi chamado urgentemente ao comissariado das relações exteriores, onde um funcionário lhe comunicou a ruptura das relações diplomáticas com o seu país. No mesmo instante, Molotov dirigia uma mensagem radiofônica ao povo soviético, anunciando o início das hostilidades.

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

domingo, 5 de junho de 2016

WWII (Parte 9) - A guerra declarada

Inglaterra e França entram na guerra

Na manhã do dia 3 de setembro de 1939, quando as forças polonesas lutavam desesperadamente contra a Wehrmacht, o embaixador britânico em Berlim, Sir Nerville Henderson, entrou no escritório de von Ribbentrop, ministro das relações exteriores do Reich.
Na ausência deste, o diplomata foi recebido pelo Doutor Paul Schmidt, intérprete pessoal de Hitler. Henderson saudou-o friamente e, sem maiores formalidades, leu, com voz grave e Solene, a nota do seu governo, que era um ultimato final: Chamberlain comunicado a Hitler que, a partir das 3:00 horas da tarde desse dia, a Grã-Bretanha entraria em guerra com a Alemanha, se a Wehrmacht não cessasse imediatamente o seu ataque a Polônia e evacua-se os territórios conquistados.

Neville Chamberlain, Paul Schmidt e Adolf Hitler

Declaração de Chamberlain

Londres, 1º de setembro de 1939

Em sensacional declaração na Câmara dos comuns, o primeiro ministro Chamberlain, expôs com toda firmeza a posição da Inglaterra ante o fato consumado do ataque alemão a Polônia e expressou que á Grã-Bretanha cumpriria os seus compromissos para com esse país ao pé da letra. Disse Chamberlain:

“Não tenho o propósito de entregar muitas palavras esta noite. Chegou a hora da ação (aplausos), em vez de limitarmo-nos a falar.
Não deixamos passar por alto nenhum meio de fazer ver ao governo alemão, tão claro como a água, que se insistisse em entregar de novo a força como o fez anteriormente, oporíamos pela força, segundo havíamos resolvido.
Agora, que todos os documentos mais importantes que fizeram públicos, apresentaremos perante a história sabendo que a responsabilidade desta terrível catástrofe recai sobre os ombros de um só homem (grandes aplausos).
Não temos nenhuma queixa contra o povo alemão (aplausos), exceto que permite ser dirigido por um governo nazista. Enquanto existir esse governo e utilizar os métodos que se vanglória nos últimos anos, não haverá paz na Europa (aclamações).
Estamos resolvidos a pôr fim a esses métodos e se na luta pudermos restabelecer no mundo as normas de boa-fé e da renúncia a força, os sacrifícios que estão chamados a realizar encontraram a sua melhor justificativa”.

Terminada a leitura, Henderson entregou uma cópia do documento Schmidt e retirou-se. Sem perder um instante, Schmidt dirigiu-se a chancelaria do Reich e entrou no escritório de Hitler. Este achava-se sentado frente uma grande janela, acompanhado por Ribbentrop. Schmidt traduziu apressadamente a nota britânica. Ao terminar, a sala ficou em absoluto silêncio Hitler, finalmente, pós-se de pé e perguntou a Ribbentrop com voz ameaçadora:

- E agora, que mais?

O Submisso Ministro respondeu: Suponho que os franceses entregaram um ultimato semelhante, dentro de uma hora.
Pouco depois do meio-dia, o embaixador francês Robert Coulondre entregou a Ribbentrop ultimato do seu governo. Assim, 21 anos depois do término da primeira guerra mundial, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha lançavam-se novamente a luta. A Europa e o mundo não tardariam em se ver envolvida no conflito.

     
  Sir Neville Henderson e Joachim von Ribbentrop

Declaração de Hitler

Berlim, 1º de setembro de 1939

Hitler pronunciou o seguinte discurso no Reichstag, em sessão extraordinária, convocada pelo Marechal Goëring:
“Membros do Reichstag Alemão: durante meses temos sofrido a tortura que o Tratado de Versalhes, para melhor dizer o ditado de Versalhes, nos deixou. Problema que, como a sua evolução, tornou-se insuportável para nós.
Pelo que diz respeito aos nossos objetivos, primeiramente, estou resolvido a solucionar o problema de Dantzig; em segundo lugar, o problema do "corredor"; em terceiro, conseguir que mudem as relações germano-polonesa de tal forma que torna impossível a convivência pacífica. Por isso, estou resolvido a lutar até que o governo polonês se mostre disposto a facilitar esse estado de coisas ou até que outro governo polonês se mostre disposto a isto.
 Portanto, vestir novamente o uniforme que em outra ocasião foi para mim o mais sagrado e querido. Só o despirei depois da vitória, ou nunca chegarei ao fim.
 Portanto, quero assegurar ao mundo inteiro que novembro de 1918 não voltará a se repetir na história alemã.
… e quero terminar com a declaração que fiz uma vez, quando comecei a lutar pelo poder. Disse então que quando a nossa vontade fosse tão forte que nem uma calamidade amedrontasse, nossa vontade e nosso aço poderiam impor-se a qualquer situação de constrangimento.
No caso de me ocorrer algo durante a luta, meu sucessor será o camarada do partido, Marechal Goëring; seu sucessor será Rudolf Hess. Eles prometeram a mesma lealdade cega e a mesma obediência que me prometeram. No caso de suceder algo a Hess farei que o Senado, por meio de uma lei, eleja seu sucessor entre os mais bravos. ”

Joseph Goebbels, Hermann Göring e Rudolf Hess

O início da expansão soviética

No dia 27 de setembro de 1939, Varsóvia se entrega aos alemães, depois de ser bombardeada implacavelmente pela Luftwaffe. A campanha da Polônia chega assim ao fim. Na tarde deste dia, aterrissa no aeroporto de Moscou um gigantesco quadrimotor condor. Ao abrir a porta do aparelho aparece, sorridente, o ministro das relações exteriores do Reich, Joachim von Ribbentrop. Um grupo de funcionários soviéticos apresenta a cordial boa vinda. Imediatamente, o ministro sobe no automóvel e parti a toda velocidade até o Kremlin, onde o aguarda Stalin e Molotov, para concluírem as negociações de partição da Polônia.

Complexo fortificado do Kremlin em Moscou


A conferência no Kremlin se prolonga até altas horas da noite. Ao finalizar a reunião, Ribbentrop se dirige a embaixada alemã e envia um telegrama a Hitler, comunicando-lhe as pretensões soviéticas. Stálin está decidido a apoderar-se das nações bálticas, Estônia, Letônia e Lituânia, a fim de criar um cordão defensivo em torno das Fronteiras ocidentais da URSS. Em contrapartida, oferece a Alemanha parte dos territórios que lhe couberam com a repartição da Polônia, em troca da Lituânia. Estônia já cedera, sob ameaça de invasão, à  entregar a Rússia bases aéreas e militares.
Em 28 de Setembro Hitler respondia Ribbentrop, comunicando-lhe que aceita a troca proposta por Stalin e, além disso, faz saber o ministro que já ordenará a evacuação dos alemães residentes na Estônia, Letônia e Lituânia, dessa maneira, dá caminho livre a expansão russa sobre as costas do mar Báltico.
Uma vez obtida a aprovação de Hitler as exigências soviéticas, Ribbentrop concluir rapidamente as negociações na madrugada de 29 de setembro e firma com Molotov um tratado de amizade e limites. Uma cláusula secreta determina a definitiva supressão da Polônia e das nações bálticas como estados Independentes.

Chega agora a vez da Finlândia. Stalin, valendo-se do apoio alemão, resolve exigir-lhe também a entrega de bases e territórios.

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

WWII (Parte 8) - Varsóvia cai para os alemães

Varsóvia nas mãos dos nazistas

Enquanto se travam os últimos e sangrentos combates da batalha do Bzura, o XIX corpo blindado do general Guderian avança da Prússia oriental para o sul e, depois de flanquear o rio na Narew e aniquilar as forças polonesas que encontra no seu caminho, flanqueia Varsóvia pela retaguarda. Sem deter a sua marcha, os tanques alemães ocupam a cidade de Brest-Litovsk e, em 16 de setembro, estabelece contato com as unidades de von Rundstedt, ás margens do rio Bug. Assim, tal como foi planejado, as forças vindas do Norte e do Sul fecham finalmente a gigantesca armadilha sobre a totalidade do exército polonês. No dia seguinte, os russos, dando cumprimento as cláusulas secretas do tratado nazi-soviético, transpõe as fronteiras orientais da Polônia e, avançando a toda velocidade para o Oeste, alcançam Brest-Litovsk.

Alemães e Soviéticos em Brest-Litovsk

No mesmo dia em que os russos entram na Polônia, o general Smigly-Rydz refugia-se na Romênia. Varsóvia, entretanto, continua resistindo. Lá se concentra o que resta do exército polonês, que, sob o comando do general Rommel, prepara-se para enfrentar a investida final da Wehrmacht.
Hitler ordena e, em 25 de setembro, começa o bombardeio aéreo maciço da capital.  Durante todo o dia, os stukas metralham e bombardeiam implacavelmente a indefesa cidade.  Ao cair da noite e a luz dos incêndios que se propagam a todos os bairros, os alemães encetam o ataque decisivo.  Como batendo furiosamente, os soldados e civis poloneses recuam lentamente para o centro.  As munições e víveres se esgotam.  Não há medicamentos para atender os milhares de feridos e falta água. 

Varsóvia no dia 25 de setembro após o bombardeio da Luftwaffe
Juliusz Rommel parente distante do Marechal alemão Erwin Rommel

Em 27 de setembro, o general Rommel se rende. Ao meio dia, cessam o fogo e os soldados queimam as bandeiras dos seus regimentos, para que não caiam nas mãos dos alemães.  Dois dias mais tarde, as tropas do VIII exército de von Blaskowitz fazem a sua entrada em Varsóvia.

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.