domingo, 12 de junho de 2016

WWII (Parte 12) - A batalha do Ístmo

A batalha do Ístmo

Ás 7 horas do dia 30 e novembro de 1939, o general Timoshenko lançou as suas forças ao ataque. Mais de meio milhão de soldados, apoiados por milhares de tanques e aviões, cruzaram a fronteira, confiados em que conseguiriam aniquilar em poucos dias as tropas de Mannerheim. Os finlandeses, entretanto, oporiam encarniçada resistência e assombrariam o mundo ao obter uma série de brilhantes e repetidas vitórias sobre os poderosos exércitos russos.

General Semyon Konstantinovich Timoshenko

Tal como fora planejado, o principal ataque soviético teve lugar no Ístmo da Carélia. Após vencer as forças finlandesas de vanguarda e ultrapassar os campos minados e os obstáculos interpostos no seu caminho, as divisões russas colocaram-se frente as fortificações da linha Mannerheim. Esta ocupava uma extensão de 125 km e se apoiava nas margens de três grandes lagos: Muola, Vouski e Suvanto. Contava com 90 grandes casamatas de cimento armado, unidas por uma intrincada rede de trincheiras, redutos, ninhos de metralhadoras e refúgio escavados em terra e reforçados com grossos troncos. Possuía um extenso e profundo cordão defensivo formado por fossos antitanques, campos minados e redes de arame farpado.

Alguns obstáculos da Linha Mannerheim

No dia 6 de dezembro, o VII exército soviético começou o ataque com uma série de operações ao longo de toda a linha, a fim de reconhecer os pontos fracos da defensiva. Finalmente, Timoshenko decidiu lançar uma poderosa ofensiva sobre a região oriental do Ístmo, no setor da cidade de Taipale, situada às margens do Lago Ladoga.
A operação foi executada pelo corpo de exército do general Grendal, integrado por quatro divisões de infantaria e um corpo mecanizado. Entre os dias 6 e 13 de dezembro, Grendal desencadeou 16 violentos ataques sobre Taipale.
Apoiados pelo fogo de centenas de canhões, os infantes russos avançaram em formação cerrada sobre as posições dos finlandeses.  Estes rechaçaram os ataques, mas, sofreram perdas aniquiladoras. Alguns regimentos da vanguarda ficaram reduzidos a menos da metade dos seus efetivos. Taipale, porém, não caiu.

Em 16 de dezembro, Grendal concentrou toda sua artilharia em um estreito setor de 700 metros de comprimento, em frente ao Lago Suvanto. Na outra margem, os finlandeses preparam-se para enfrentar um outro ataque. Durante três horas, os canhões russos jogaram um dilúvio de fogo e aço sobre as suas posições. Ao cessar o bombardeio, os infantes soviéticos lançaram-se de baioneta calada através da superfície gelada do lago. Entrincheirados nas crateras das granadas, os finlandeses deixaram-nos aproximar-se até uma distância de 100 metros e então abriram fogo mortífero, com as metralhadoras e os fuzis. Milhares de russos caíram e os restantes bateram em retirada.

Infantaria finlandesa em uma trincheira da Linha Mannerheim

Em 19 de dezembro, Timoshenko desencadeou no centro do Ístmo o ataque decisivo. Apoiadas por várias brigadas de tanques, três divisões de Infantaria avançaram até a linha Mannerheim, numa frente de 30 quilômetros.
Durante quatro dias os finlandeses, combatendo encarniçadamente, conseguem conter os incessantes ataques da infantaria e dos blindados soviético. Mas, finalmente, viram-se obrigados a recuar. Sofrendo terríveis perdas, os russos foram apossando-se paulatinamente dos redutos e trincheiras, e em 23 de dezembro chegaram a última linha de resistência. Cheio de júbilo, Timoshenko se a prestou a ordenar o ataque final que combinaria com a ruptura da linha Mannerheim. Nesse momento crucial o general Oestermann ordenou que sua única divisão de reserva passasse imediatamente ao ataque.
Tomadas de surpresa pela violenta e investida finlandesa, os russos empreenderam a retirada e abandonaram o terreno que haviam conquistado a custo de tremendos sacrifícios. Assim terminou a primeira ofensiva Soviética no Ístmo da Carélia.


Os ataques frustrados

Ao iniciar-se a invasão russa, o porto de Petsamo, nas costas do Oceano Ártico, contava como única guarnição com uma companhia de Infantaria, armada com dois canhões modelo 1887, para enfrentar as três divisões do XIV exército soviético.
Na manhã do dia 30 de novembro, as tropas cruzaram a fronteira e avançaram lentamente através das planícies geladas. Sobre a costa, uma flotilha de cruzadores desencadeou um violento bombardeio, para apoiar o seu ataque.
Esmagados pela superioridade dos soviéticos, os finlandeses abandonaram Petsamo e deslocaram-se para o interior do país. O chefe do XIV exército destacou, então, duas das suas divisões sobre a costa e enviou uma terceira para o sul, acompanhada por um poderoso grupamento de tanques.

Soldados finlandeses em meio a imensidão gelada

Durante 15 dias, os finlandeses conseguiram paralisar a divisão soviética, com ataques de surpresa, mas, as fileiras da pequena unidade determinaram dizimadas. O comandante finlandês incorporou, então, à sua força, 400 operários das minas de níquel próximas a Petsamo e prosseguiu na resistência. Finalmente, chegaram dois batalhões de reforço e conseguiram rechaçar para o norte o inimigo. Em meio a violenta tempestade de neve e com uma temperatura de 50 graus abaixo de zero, as colunas russas deslocaram-se até a cidade de Nautsi, onde ficarão imobilizada até o final da guerra.
Na região central da Finlândia, o IX exército lançou-se ao ataque contra o centro de comunicações de Rovaniemi, Afim de cortar o país pela metade e ocupar as costas do Golfo de Bótnia. Em 17 de dezembro, duas divisões soviéticas estavam a 100 quilômetros da cidade e preparavam-se para tomada de assalto. O marechal Mannerheim determinou imediatamente o envio de reforços. Um regimento de milicianos, integrado por velhos e rapazes carentes de toda a instrução militar, dirigiu-se a Rovaniemi, onde conseguiu rechaçar os russos e pô-los em fuga. Equipando-se com as armas e tanques abandonados pelos soviéticos, os finlandeses intensificaram o ataque e avançaram até localidade de Sala, próximo à fronteira. Ali, a frente permaneceu estabilizada até o fim da guerra.
Mas para o sul, nos arredores da cidade de Suomusalmi, o general Siilasvue conquistou uma importante vitória sobre os russos. Por sua vez, na margem setentrional do Lago Ladoga, o regimento finlandês deteve um avanço de três divisões do VIII exército soviético, depois de 15 dias de sangrentos combates.

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

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