A expansão soviética
A Finlândia se opõe às
exigências da URSS
No dia 5 de outubro de 1939, Molotov, em
nota ao governo finlandês, convida-o a mandar delegados a Moscou, para realizar
uma “troca de ideias sobre questões políticas”.
Uma
semana depois, chega a Moscou a delegação finlandesa, presidida por Juho Kusti
Paasikivi. Molotov propôs lhe, então, assinatura de um pacto de ajuda mutua,
semelhante ao que a União Soviética consertará com os países bálticos. O
tratado equivaleria, de fato, a estabelecer um protetorado soviético sobre a
Finlândia. A resposta foi negativa.
Dois dias mais tarde, Molotov
apresenta a Paasikivi as exigências soviéticas. O documento era um verdadeiro
ultimato.
Juho Kusti Paasikivi |
A URSS reclamava da Finlândia a
cessão em arredondamento do estratégico porto de Hangö, situado na entrada do
Golfo da Finlândia, a fim de estabelecer uma base aeronaval. Exigia a entrada
de uma série de ilhas naquele Golfo e de uma extensa faixa de terra no Ístmo da
Carélia. Em compensação, os soviéticos dispunham a entregar a Finlândia alguns
quilômetros de terras desertas ao norte do lago Ladoga e a autorizar a
fortificação das ilhas Aland, situadas no golfo de Bótnia.
Profundamente alarmado, Paasikivi retornou
imediatamente a Helsinki. Ao terminar a leitura do Ultimato, o
primeiro-ministro Aino Cajander ordenou a mobilização de 200.000 reservistas.
A delegação finlandesa regressou
imediatamente a Moscou e entregou a Molotov a resposta de Cajander. A Finlândia
aceitava a seção de algumas Ilhas e a retificação de fronteiras do Istmo da
Carélia, mas rechaçava a entrega do porto de Hangö.
Porto de Hangö |
Molotov decidiu, então, encerrar
imediatamente as negociações. As tropas do exército vermelho já se achavam
dispostas na fronteira com a Finlândia, prontas para entrar em ação.
Ante o fracasso da sua missão,
Paasikivi abandonou definitivamente a capital soviética, em 13 de novembro. A
partir desse instante, a guerra se fez inevitável.
Golfo da Finlândia, Mainila e Lago Lagoda |
O incidente de Mainila
Na tarde de 26 de novembro, o embaixador
finlandês entrou apressadamente no gabinete de Molotov. O ministro soviético
saudou-o friamente e entregou uma nota, com a denúncia de um incidente que
acabava de ocorrer na fronteira. De acordo com as informações, as tropas
finlandesas dispararam vários tiros sobre o povoado russo de Mainila, no Ístmo
da Carélia, causando a morte de um grupo de soldados soviéticos.
Molotov, em tom ameaçador, disse ao
embaixador que, embora o seu governo não pretendesse exagerar a importância do
fato, exigia que a Finlândia retirasse todas as suas tropas a uma distância de
25 Km da fronteira, a fim de evitar novas provocações.
Dois dias mais tarde, em 28 de novembro,
chega em Moscou a resposta do governo de Helsinki, informando que, de acordo
com as investigações realizadas, pode-se comprovar que os disparos não foram
efetuados pelas tropas finlandesas, mas, por canhões não identificados e
localizados dentro do território soviético. Por consequência, a Finlândia só
concordaria em retirar as suas forças da fronteira se os soviéticos realizassem
um deslocamento semelhante. Molotov, sem se perturbar pela velada acusação,
rechaçou a nota finlandesa e no dia seguinte denunciou o pacto de não-agressão
firmado entre a URSS e a Finlândia em 1932. Nada mais poderia evitar o
conflito.
Nas primeiras horas da manhã do dia 30
de novembro, o embaixador finlandês foi chamado urgentemente ao comissariado
das relações exteriores, onde um funcionário lhe comunicou a ruptura das
relações diplomáticas com o seu país. No mesmo instante, Molotov dirigia uma
mensagem radiofônica ao povo soviético, anunciando o início das hostilidades.
Referências
bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra
mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.
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