terça-feira, 7 de junho de 2016

WWII (Parte 10) - A expansão soviética

A expansão soviética

A Finlândia se opõe às exigências da URSS

No dia 5 de outubro de 1939, Molotov, em nota ao governo finlandês, convida-o a mandar delegados a Moscou, para realizar uma “troca de ideias sobre questões políticas”.
            Uma semana depois, chega a Moscou a delegação finlandesa, presidida por Juho Kusti Paasikivi. Molotov propôs lhe, então, assinatura de um pacto de ajuda mutua, semelhante ao que a União Soviética consertará com os países bálticos. O tratado equivaleria, de fato, a estabelecer um protetorado soviético sobre a Finlândia. A resposta foi negativa.
            Dois dias mais tarde, Molotov apresenta a Paasikivi as exigências soviéticas. O documento era um verdadeiro ultimato.

Juho Kusti Paasikivi

            A URSS reclamava da Finlândia a cessão em arredondamento do estratégico porto de Hangö, situado na entrada do Golfo da Finlândia, a fim de estabelecer uma base aeronaval. Exigia a entrada de uma série de ilhas naquele Golfo e de uma extensa faixa de terra no Ístmo da Carélia. Em compensação, os soviéticos dispunham a entregar a Finlândia alguns quilômetros de terras desertas ao norte do lago Ladoga e a autorizar a fortificação das ilhas Aland, situadas no golfo de Bótnia.
            Profundamente alarmado, Paasikivi retornou imediatamente a Helsinki. Ao terminar a leitura do Ultimato, o primeiro-ministro Aino Cajander ordenou a mobilização de 200.000 reservistas.
            A delegação finlandesa regressou imediatamente a Moscou e entregou a Molotov a resposta de Cajander. A Finlândia aceitava a seção de algumas Ilhas e a retificação de fronteiras do Istmo da Carélia, mas rechaçava a entrega do porto de Hangö.

Porto de Hangö

            Molotov decidiu, então, encerrar imediatamente as negociações. As tropas do exército vermelho já se achavam dispostas na fronteira com a Finlândia, prontas para entrar em ação.
            Ante o fracasso da sua missão, Paasikivi abandonou definitivamente a capital soviética, em 13 de novembro. A partir desse instante, a guerra se fez inevitável.

Golfo da Finlândia, Mainila e Lago Lagoda

O incidente de Mainila

Na tarde de 26 de novembro, o embaixador finlandês entrou apressadamente no gabinete de Molotov. O ministro soviético saudou-o friamente e entregou uma nota, com a denúncia de um incidente que acabava de ocorrer na fronteira. De acordo com as informações, as tropas finlandesas dispararam vários tiros sobre o povoado russo de Mainila, no Ístmo da Carélia, causando a morte de um grupo de soldados soviéticos.
Molotov, em tom ameaçador, disse ao embaixador que, embora o seu governo não pretendesse exagerar a importância do fato, exigia que a Finlândia retirasse todas as suas tropas a uma distância de 25 Km da fronteira, a fim de evitar novas provocações.
Dois dias mais tarde, em 28 de novembro, chega em Moscou a resposta do governo de Helsinki, informando que, de acordo com as investigações realizadas, pode-se comprovar que os disparos não foram efetuados pelas tropas finlandesas, mas, por canhões não identificados e localizados dentro do território soviético. Por consequência, a Finlândia só concordaria em retirar as suas forças da fronteira se os soviéticos realizassem um deslocamento semelhante. Molotov, sem se perturbar pela velada acusação, rechaçou a nota finlandesa e no dia seguinte denunciou o pacto de não-agressão firmado entre a URSS e a Finlândia em 1932. Nada mais poderia evitar o conflito.
Nas primeiras horas da manhã do dia 30 de novembro, o embaixador finlandês foi chamado urgentemente ao comissariado das relações exteriores, onde um funcionário lhe comunicou a ruptura das relações diplomáticas com o seu país. No mesmo instante, Molotov dirigia uma mensagem radiofônica ao povo soviético, anunciando o início das hostilidades.

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

Nenhum comentário:

Postar um comentário