terça-feira, 14 de junho de 2016

WWII (Parte 13) - A ofensiva de Voroshilov

A ofensiva de Voroshilov

Ao terminar dezembro, os finlandeses haviam conseguido rechaçar a invasão soviética em todas as frentes. Stalin, enfurecido pela inesperada derrota, decidiu nomear comandante-em-chefe o Marechal Voroshilov, este reorganizou as forças que combatiam na Finlândia e forçou poderosamente os seus efetivos. Um novo exército, o XIII, foi destacado para o Ístmo da Carélia. E todas as forças desse setor ficaram sob o comando do General Timoshenko.

Josef Stalin ao lado do Marechal Kliment Voroshilov

Durante todo o mês de janeiro de 1940, os russos levaram a cabo incursões e golpes sobre a linha Mannerheim, a fim de impedir a reparação das fortificações e desgastar as forças finlandesas. Finalmente, na manhã de 5 de fevereiro, foi iniciada a ofensiva. Milhares de canhões de todos os calibres bombardearam, durante sete horas consecutivas, as posições finlandesas no setor ocidental do Ístmo da Carélia.

Canhão de artilharia russa

Ao cessar o bombardeio, três divisões russas lançaram-se ao assalto, precedidos por uma formação de 100 tanques. Ocultando-se nas crateras das bombas e nas trincheiras em ruínas, os sobreviventes de três batalhões finlandeses resistiram a investida. Milhares de russos pereceram sobre o fogo incessante de suas metralhadoras e fuzis. Alguns tanques romperam a defesa, mas, foram destruídos com bombas molotov e granadas.
Durante os dias 8,9 e 10, repetiram-se os assaltos e as terríveis perdas. Alguns batalhões de paraquedistas foram lançados por trás das linhas finlandesas, mas, não tardaram a ser aniquiladas. Timoshenko, sem se preocupar com as milhares de baixas, continuou descarregando demolidores golpes contra a linha Mannerheim. Ao anoitecer do dia 10, os seus soldados encontravam-se combatendo contra os últimos redutos.

A guerra de inverno não dava trégua para nenhum dos lados

 O ataque decisivo

Esmagadora ofensiva dos dias 8 a 10 não era senão o prelúdio do ataque decisivo. No domingo, 11 de fevereiro, às 8:30 da manhã, 320 canhões, concentrados em estreita faixa de 4 quilômetros, desencadearam um bombardeio arrasador. Em poucas horas, mais de 300 mil granadas caíram sobre as trincheiras finlandesas. Sobre a cobertura deste fogo infernal, um batalhão de tanques russos providos de lança-chamas, introduziu-se nas defesas e destruiu as principais casamatas. Um grupo de 70 tanques conseguiu, finalmente, romper as linhas, através de um pântano que se achava coberto de gelo. Ali, não existia praticamente defesa e os soviéticos conseguiram introduzir uma cunha de cerca de 3 quilômetros de profundidade. Os infantes finlandeses lançaram-se contra os blindados, esquivando-se do fogo das suas metralhadoras e canhões, a fim de destruí-los com cargas explosivas. Os russos, no entanto, haviam astutamente coberto os seus tanques com redes de aço, que os protegiam contra as explosões das granadas. A penetração soviética ficou assim assegurada.

Canhão russo 203-mm B-4 howitzer modelo 1931

Durante 5 dias, o ataque prosseguiu com fúria renovada, nos arredores de Suma. Os finlandeses empenharam na luta as suas últimas reservas, mas, não conseguiram reconstruir as linhas. Lenta, mas inexoravelmente, os russos continuaram avançando, aniquilando uma posição após outra.
Era o momento crucial da campanha. A frente ameaçava ruir em questão de horas.

Batalha sem tiro

Dois batalhões finlandeses cobrem a fronteira, defendendo-se desesperadamente do ataque da divisão de infantaria russa 139. À noite, amparado pelas trevas, os grupos de vanguarda russos caem sobre os finlandeses, pela retaguarda. Os defensores, surpreendidos pelo inesperado ataque sofrem uma momentânea desorganização, mas refazem as suas fileiras. Enquanto os combatentes mantêm-se firme na frente, os cozinheiros, motoristas, assistentes, rádio telegrafista armeiros etc. sem disparar um só tiro utilizando baionetas e facas, atacam os russos em sangrento corpo a corpo. Os atacantes são obrigados a renunciar as armas de fogo porque a escuridão é impenetrável e o terreno é desconhecido. O combate é travado com armas brancas. Silenciosamente, várias centenas de homens lutam durante uma longa hora. Só gemidos isolados assinaram as baixas de um ou outro lado. Por fim, caçadores de nascença, os finlandeses impõem a sua habilidade no manejo da faca e no aproveitamento do terreno. O batalhão soviético, na singular batalha em que não foi disparado o único tiro, é aniquilado.

Soldado finlandes com sua arma e na ponta uma Baioneta

Referências bibliográficas:

Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.

Nenhum comentário:

Postar um comentário