sexta-feira, 17 de junho de 2016

WWII (Parte 14) - Batalha final na Finlândia

Mannerheim ordena a retirada

Na noite do dia 14 de fevereiro, o Marechal Mannerheim convocou uma reunião de todos os comandantes das unidades empregadas no Ístmo da Carélia. Durante várias horas os oficiais discutiram calorosamente sobre como fazer para salvar o exército do Ístmo de uma completa destruição.
A dramática conferência realizou-se no posto de comando do general Oestermann, situado a sete quilômetros da frente de combate. À distância, retumbava o incessante fogo da artilharia russa.
Os chefes dos regimentos que combatiam na primeira linha pronunciaram-se, na maioria, por uma retirada geral das unidades do setor ocidental e central para uma nova posição situada ao norte do porto de Viborg. Sabia que as suas tropas estavam no limite da capacidade de resistência e que os dizimados batalhões não demorariam em desintegrar-se ante os demolidores ataques soviéticos.
O chefe do estado-maior, entretanto, se opôs a essa retirada, pois considerava que se poderia organizar a defesa ao sul de Viborg, salvando assim estratégico porto.
O Marechal Mannerheim não tomou, nessa noite, nenhuma decisão. Abrigava ainda há esperança de conter a ofensiva soviética, mediante o contra-ataque de duas divisões de reforço que se achavam em marcha, vindas do Norte. Essas unidades, porém, tardaram demais, porque os trens que os conduziram foram atacados pelos aviões russos e elas tiveram que desembarcar e percorrer até os últimos 100 quilômetros que as separavam da frente.
Em 15 de fevereiro, Timoshenko redobrou os ataques na cunha aberta ao leste de Suma e a penetração estendeu-se até o ponto limite da ruptura.

Jornal da época informado que os russos estão se
aproximando das principais estradas de Viborg.

Mannerheim compreendeu que chegará ao fim. No dia 15, ordenou a retirada dos exércitos do setor ocidental e central do Ístmo para a posição defensiva situada no Sul de Viborg. Deslocando-se durante a noite, através dos bosques e pântanos gelados, os finlandeses conseguiram alcançar sem dificuldade a segunda linha de resistência.
Ao amanhecer do dia 17 de fevereiro, os soldados soviéticos descobriram que os finlandeses tinham abandonado a linha Mannerheim. Timoshenko, sem demora, ordenou avançar e, nessa mesma tarde, as suas forças tomaram contato com uma nova posição. Os russos lançaram-se imediatamente ao ataque, mas, foram rechaçados.

Dois soldados soviéticos mortos com o frio incessante da Finlândia

 A batalha final

Depois de três dias de violentos combates, Timoshenko compreender o que os finlandeses, mesmo depois de terem perdido os lances principais da linha Mannerheim, ainda estavam em condições de prosseguir a luta.
A primavera estava próxima e, com o degelo, os milhares de lagos e pântanos se tornariam insuperáveis obstáculos para o deslocamento dos tanques e veículos motorizados. Por isso, o Marechal Voroshilov procurou terminar rapidamente a campanha influenciou as forças finlandesas no Ístmo, atacando-as pela superfície gelada do Golfo da Finlândia.
Os russos contavam com uma vantajosa posição de partida, pois, nos primeiros dias de guerra, se haviam apoderado das ilhas de Sursari, Lavansari e Seiskiari, a menos de 50 quilômetros da costa finlandesa. Nessas Ilhas, concentraram os efetivos para o ataque. Além disso, propunham se passar a Baía de Viborg, que estava coberta também por uma camada de gelo, de um a dois metros de espessura.
Como prelúdio a ofensiva, duas divisões russas atacaram a fortaleza de Koivisto, na margem meridional da Baia de Viborg, e, após três dias de violentos combates, desalojaram a guarnição. Em 25 de Fevereiro, os russos internaram-se na Baía, precedidos por fortes formações de tanques. Da Costa setentrional, os finlandeses romperam fogo com os seus canhões de 30,5 centímetros. As gigantescas granadas, ao explodir, abriram enormes sucos no gelo, pelos quais desapareceram, afundando-se nas águas geladas, companhias inteiras de soldados em centenas de tanques e caminhões.

Tanque T-26 avançando pelo Ístmo da Carélia

Em 1º de março, os russos estabeleceram-se ao longo da costa setentrional e ali concentraram a sua artilharia. Três dias mais tarde, começou o ataque. Seis divisões lançaram seu assalto contra as trincheiras, defendidas por 12 batalhões de soldados finlandeses.
Nesse mesmo dia, os russos avançaram pela primeira vez através do Golfo da Finlândia. Em sucessivas ondas, atacaram os redutos da costa defendida por 5 batalhões finlandeses, apoiados por unidades de milicianos. Novamente, foram derrotados. Para reforçar as suas divisões, os soviéticos abriram caminho através da neve que cobre a superfície gelada do Golfo, com uma camada de 2 metros de espessura. E foi através dessas improvisadas estradas, que se deslocaram tanques, caminhões e tratores, levando peças de artilharia e trenós, carregados de soldados e munições.
Ante tão gigantesco avanço de forças, a Finlândia teria inexoravelmente de sucumbir.
Em 7 de Março, duas divisões soviéticas alcançaram a margem setentrional da Baía de Viborg. Timoshenko concentrou a sua artilharia nesse setor e desencadeou um bombardeio infernal. Dois dias depois, os russos aprofundaram a cabeça-de-ponte e cortaram com fogo dos seus canhões o caminho entre Viborg e Helsinki.


Cidade de Helsinki em chamas com os ataques soviéticos

         No Ístmo da Carélia, 10 divisões russas, apoiadas por duas brigadas de tanques, conseguiram romper as linhas finlandesas e abriram uma brecha de 20 quilômetros de extensão ao leste de Viborg. Lutando desesperadamente, as tropas de Mannerheim empreenderam a retirada. Em 3 de Março, seis divisões soviéticas lançaram-se contra Viborg e travaram furiosos combates com sobreviventes de três regimentos finlandeses.
Mannerheim e os seus generais compreenderam que a guerra estava definitivamente perdida. O exército finlandês esgotará totalmente a sua capacidade combativa.

Referências bibliográficas:
Texto integral da obra: A segunda guerra mundial, Editora Codex S.A. Copyright 1965/66.




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